A corrida para prefeitura do Rio de Janeiro foi lançada a um ano e seis meses das eleições municipais de 2012. Isso porque os partidos já iniciaram as conversas para as construções de alianças e escolha de candidatos. A pressa tem motivo: o pleito do ano que vem trará uma questão peculiar, com a entrada de um novo partido na disputa, o PSD.
Pela primeira vez o ex-democrata Indio da Costa travará uma batalha com a família Maia no pleito. Apesar das histórias divergências internas entre Indio e o ex-prefeito Cesar Maia, os políticos sempre estiveram unidos nas eleições. Indio chegou a entrar literalmente na família Maia, ao namorar a filha do ex-prefeito, Daniela Maia. O relacionamento acabou, mas as relações políticas continuaram até a semana passada, quando o candidato derrotado à vice-presidência anunciou que se filiará ao PSD.
Indio deixou o DEM depois de ver sua candidatura à prefeitura do Rio ameaçada, já que ele e Rodrigo Maia têm a pretensão de disputar o cargo. Agora a estratégia de Indio é aproveitar a popularidade que conquistou com a disputa eleitoral de 2010 e tentar construir alianças com deputados estaduais, vereadores e prefeitos.
Já Maia planeja construir aliança com a família Garotinho. Seu objetivo é formar uma chapa com a deputada estadual Clarissa Garotinho (PR), filha ex-governador e deputado federal Anthony Garotinho (PR). Eles se reuniram algumas vezes nas últimas semanas para discutir a possível coligação. Se o acordo vingar, será a primeira vez que Maia e Garotinho se unem para disputar a prefeitura. “A aliança fortalece a candidatura”, avalia Rodrigo Maia.
O deputado, que nega ressentimentos em relação a Indio, diz que está aberto a conversas com o ex-aliado. Mas, em tom espinhoso, declara: “O PSD ainda não existe, e não sabemos se o partido vai se constituir a tempo”. Ele diz ainda achar “natural” que Indio pleiteie por sua candidatura.
Maia também não descarta aliança com o PSDB, mas sabe que os tucanos preferem lançar candidatura própria. “Se houver dois candidatos de oposição é bom. Mas os três partidos também precisam conversar para que um ajude o outro contra o bloco que o PMDB criou que é muito forte”, defende.
O nome de Otávio Leite é o mais cotado entre os tucanos para a prefeitura. Ele garante que a legenda lançará candidatura própria. “O PSDB há dez anos não lança candidato a prefeito no Rio de Janeiro. É um erro. A diretriz nacional é que o partido lance candidato em municípios acima de 300.000 habitantes quase que obrigatoriamente. Nossa cota de apoio a terceiros já foi dada”. Leite deverá ser eleito presidente do PSDB no Rio de Janeiro na convenção estadual dos tucanos no dia 16 de abril.
Em comum, PSDB, DEM, PR e PSD têm um objetivo: minar a candidatura de Eduardo Paes (PMDB) à reeleição. Nem que, para isso, lutem em separado. “Pode ser muito conveniente dividir os votos”, diz um dos possíveis candidatos.