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Igreja no Brasil não ‘tem ideia’ do que fazer com abusos sexuais

Por Vincenzo Pinto
8 fev 2012, 10h47

Líderes católicos não “têm ideia” do que fazer em relação aos abusos sexuais cometidos por sacerdotes no Brasil, onde a pedofilia é “mais tolerada culturalmente” do que em outros países ocidentais, informou um especialista brasileiro nesta quarta-feira.

“Não há ideia do que poderia ou deveria ser feito”, afirmou o padre Edênio Valle, um psicólogo conselheiro da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e que fornece orientação a padres, em um encontro no Vaticano sobre o tema.

“Medidas e procedimentos efetivos por parte da Igreja no curto, médio e longo prazo, até onde eu sei, não estão sendo planejados”, disse.

“Problemas secretos não são debatidos seriamente”, acrescentou.

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“Não há locais de amparo, recuperação e cuidado para as vítimas. Geralmente, elas são apenas removidas da cena”, disse.

Valle afirmou que há boa vontade na Igreja brasileira – em parte devido à insistência do Vaticano – para encontrar “respostas urgentes e competentes”, mas isso se tornou mais difícil pela tolerância cultural pela pedofilia.

“Esta moderação relativa em relação aos escândalos dos padres católicos é devido ao fato de que a pedofilia e a efebofilia são comportamentos culturalmente mais tolerados no Brasil do que na Europa ou na América do Norte”, explica.

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A efebofilia é definida pela preferência sexual de adultos por adolescentes.

Valle disse que os bispos brasileiros devem adotar uma posição clara contra o abuso sexual em todas as suas formas, assim como estabelecer comitês especiais para conduzir pesquisas, inspecionar a implementação de regras e prover apoio às vítimas.

A Igreja Católica foi atingida por milhares de escândalos de abuso nos últimos anos, a maior parte na Europa e nos Estados Unidos. Funcionários do Vaticano alertam que muitos casos na África, Ásia e América Latina ainda não vieram à tona.

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A conferência de quatro dias na Universidade Gregoriana do Vaticano tem por objetivo aplicar na Igreja Católica com mais força as estritas regras contra abusos adotadas em países como os Estados Unidos, onde os escândalos dos abusos foram divulgados primeiro.

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