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Haddad quer criar plano de previdência privada a servidores

Enviado à Câmara Municipal, projeto também fixa um teto de R$ 4.600 para o pagamento das aposentadorias; medida visa aliviar as contas do município

Por Da Redação
4 nov 2015, 08h29
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  • A gestão Fernando Haddad (PT) pretende estabelecer um valor máximo para pagamento de aposentadorias aos servidores públicos municipais e criar um plano de previdência privada para o funcionalismo. As propostas estão em um projeto de reforma já enviado à Câmara Municipal de São Paulo, que agora será debatido pelos vereadores. Discutida internamente na prefeitura há dois anos, a medida chega em um momento de queda de arrecadação na receita municipal.

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    A reforma vai valer apenas para servidores públicos que sejam contratados depois da aprovação do texto. O profissional que já trabalha na administração municipal continua sob as regras vigentes.

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    A justificativa da reforma é preservar as contas públicas. Uma estimativa da prefeitura diz que o déficit na Previdência – dinheiro do Orçamento usado para complementar o pagamento aos aposentados – vai crescer, em média, 358 milhões de reais ao ano até 2020. Uma projeção feita pela Caixa Econômica Federal em 2013 apontou que, se o esquema previdenciário não mudar, em 75 anos o déficit seria de 84,5 bilhões de reais – quase duas vezes a soma de toda a arrecadação.

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    O texto enviado à Câmara diz que os servidores terão um teto de pagamento de aposentadoria igual ao da iniciativa privada, estabelecido pelo Regime Geral da Previdência Social (RGPS), que atualmente é de 4.600 reais. Para manter a paridade – ou seja, a garantia de salários aos aposentados iguais aos dos servidores em atividade, um dos atrativos do serviço público – e receber mais do que o teto, os servidores terão de aderir a um plano de previdência privada que a prefeitura vai criar, por meio da Entidade Fechada de Previdência Complementar do Município de São Paulo (Sampaprev).

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    Aderindo ao plano, o funcionário teria de fazer um pagamento adicional. “Nesse caso, além da parcela de 11% do contribuinte e de 22% da prefeitura, com base no teto no INSS, o servidor poderá dar uma porcentagem sobre o valor excedente ao teto e a prefeitura complementará com um limite de 8,5% da parcela acima do teto do INSS”, informa a administração municipal, em nota.

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    O Instituto de Previdência Municipal (Iprem) estima que 45% dos servidores de São Paulo teriam de optar pelo plano privado para complementar os rendimentos. A prefeitura se compromete a investir 10 milhões de reais para criar a Sampaprev e contratar trabalhadores para operá-la. A gestão do fundo seria feita pelo setor privado, contratado por licitação pública.

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    A menos de dois meses para o fim do ano, a arrecadação total da prefeitura estava em cerca de 38 bilhões de reais até esta terça-feira – quase 12 bilhões de reais a menos do que o Orçamento previsto para o município neste ano, de cerca de 50 bilhões de reais. Somente o Iprem tem um orçamento previsto de 5,5 bilhões de reais.

    Envolvidos na aprovação de outro projeto do Executivo tido como prioritário, a Lei de Uso e Ocupação do Solo, vereadores avaliam que a proposta não será votada neste ano. “A Câmara ainda não fez uma análise técnica sobre a reforma proposta pela prefeitura, mas é fato que a cidade não pode mais arcar com os custos do Iprem. A previdência complementar pode, sim, ser uma alternativa boa, mas ainda teremos de estudar”, afirmou o vereador Milton Leite (DEM), relator do Orçamento 2016.

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    Críticas – Discutida internamente na prefeitura desde o ano passado, a reforma da previdência municipal chegou a figurar nas listas de projetos essenciais que seriam levados à aprovação do Legislativo ainda em 2014. Mas a apresentação do texto levantou entre entidades de servidores queixas contra o que foi chamado de “falta de discussão” por parte da gestão Haddad.

    “Fomos pegos de surpresa, avisados pelo ‘Diário Oficial‘”, afirma o presidente do Sindicato e Associação dos Auditores-Fiscais Tributários do Município de São Paulo, Hélio Campos Freire.

    “Tínhamos uma série de pontos que queríamos discutir. Esperávamos que o projeto que fosse apresentado pela prefeitura corrigisse o problema de parte dos servidores, que se aposentou em um regime sem paridade com os da ativa e está, há anos, sem correção salarial. Imagine você receber o mesmo salário, sem correção pela inflação, por dez anos. Há pessoas com poder de compra muito comprometido. A proposta da prefeitura não trouxe nada sobre isso”, reclama o dirigente sindical, que comanda uma das categorias de maior rendimento dentro da estrutura da prefeitura de São Paulo.

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    Presidente de um dos sindicatos dos professores, uma das categorias com maior número de servidores, Claudio Fonseca faz reclamações exatamente na mesma linha. Ele pretende convencer o Executivo a retirar o projeto da Câmara Municipal e discuti-lo diretamente com os funcionários.

    “Nossa reivindicação é que o projeto seja retirado e só apresentado novamente após acordo com os sindicatos. O governo Haddad vive dizendo que mantém um canal de diálogo aberto com os servidores, mas não é isso que ocorreu. Além disso, o projeto afirma que a adesão à previdência complementar é facultativa, mas não é verdade. Quem ganhar acima do teto será obrigado a aderir”, diz o servidor, que ocupou cargo de vereador pelo PPS.

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    (Com Estadão Conteúdo)

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