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Há dez anos, morte de Isabella Nardoni comovia o país

Os algozes, Alexandre, pai da menina, e sua esposa, Anna Carolina Jatobá, cumprem pena na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo

Por Da Redação
29 mar 2018, 12h25
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  • Há exatos dez anos, o país chorava a morte de Isabella Nardoni, com cinco anos. A menina, segundo as investigações, foi espancada e asfixiada antes de ser lançada pela janela do sexto andar do Edifício London, Zona Norte de São Paulo, onde morava seu pai, Alexandre Nardoni, sua madrasta, Anna Carolina Jatobá, e os dois meios-irmãos. Isabella visitava o pai a cada duas semanas.

    Após o crime, o casal prestou depoimento durante toda a madrugada. Na versão dos dois, a criança havia sido lançada pela janela por um terceiro, que teria cortado um pedaço da tela de proteção, enquanto Anna e Alexandre buscavam os filhos mais novos no estacionamento do condomínio.

    A história, no entanto, não convenceu os investigadores, e no dia 2 de abril, sob a suspeita de envolvimento no assassinato, o pai e a madrasta de Isabella tiveram a prisão temporária decretada. Oito dias depois, foram soltos por um habeas corpus. Na saída, foram recepcionados por uma multidão que parecia convicta da culpa do casal.

    Durante as investigações, médicos legistas analisaram o corpo e atestaram que, antes da queda, Isabella foi espancada e asfixiada. Nas roupas de Alexandre, os peritos encontraram resíduos da tela de proteção da janela pela qual a menina havia sido jogada, além de sangue em sua bermuda e também no carro da família. Não havia indícios de uma terceira pessoa na cena do crime. Com as evidências, a Justiça aceitou, então, a denúncia do Ministério Público contra o casal, que voltou a ser preso.

    Sob apelo e comoção popular, Anna e Alexandre foram levados a júri popular e, após cinco dias de julgamento, condenados. Alexandre, a 31 anos, 1 mês e 10 dias de prisão, Anna, a 26 anos e oito meses,  por homicídio triplamente qualificado pelo meio cruel (asfixia mecânica e sofrimento intenso), utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima (surpresa na esganadura e lançamento inconsciente pela janela) e pela tentativa de ocultar os crimes anteriormente cometidos. Anna e Alexandre nunca confessaram a autoria do assassinato.

    Na sentença, o juiz Mauricio Fossen destacou o agravante de a vítima ser menor de 14 anos. Alexandre recebeu pena maior por ter praticado o crime contra sua própria filha. Os dois cumprem pena na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo.

    Regime Semiaberto

    Anna Carolina Jatobá deixou a cadeia pela primeira vez em outubro do ano passado, após conseguir na Justiça, meses antes, cumprir a pena em regime semiaberto, com cinco saídas temporárias por ano. Já Alexandre, também preso em Tremembé, continua cumprindo pena em regime fechado, e só poderá pedir a progressão de regime em 2019.

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    Na decisão que autoriza a Anna a progressão ao regime semiaberto, a juiza Sueli Armani, da 1ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté, considerou o “ótimo comportamento carcerário” da presa, que nunca cometeu infrações disciplinares.

    Este ano, o advogado do casal, Roberto Podval, protocolou um pedido para tentar no Supremo Tribunal Federal (STF) a redução das penas. No documento, a defesa argumenta que as penalidades foram exacerbadas pela repercussão e comoção geradas pelo crime. O ministro Dias Toffoli será o relator do caso, que não tem prazo para ser julgado.

     

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