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Governo paulista quer estender trem rápido pelo interior

Por Da Redação
4 dez 2011, 15h34

Por José Maria Tomazela

Sorocaba, SP – Depois de atender as regiões de Jundiaí, Sorocaba e Santos, próximas à capital paulista, o governo de São Paulo quer estender as linhas do trem rápido para áreas mais distantes do interior. Projetos estão sendo ‘pensados’ para levar os trens de passageiros a uma velocidade média de 120 km/h, a Piracicaba, cidade que dista 164 quilômetros da capital, e a Ribeirão Preto, a 336 quilômetros de São Paulo. Nos dois casos, as linhas sairão de Campinas, interior paulista.

De acordo com o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, o governo transformou em “bandeira” a volta dos trens. “Assim que as primeiras linhas estiverem consolidadas em um raio de 100 quilômetros da capital, vamos avançando para o interior. Não é para que todo mundo se volte para São Paulo, mas para fortalecer também as ligações regionais”, disse.

O modelo definido para as novas linhas é de composições compactas e modernas com velocidade máxima de 180 km/h, o que assegura uma média de 120 km/h. Um bom desempenho, segundo o secretário, já que essa média equivale à maior velocidade autorizada hoje para as melhores rodovias brasileiras. Como as antigas ferrovias paulistas não comportam trens tão rápidos, o governo terá de construir linhas novas.

Composições

As primeiras composições estarão nos trilhos a partir de 2014 atendendo a região de Jundiaí. Segundo Fernandes, o governo decidiu bancar o projeto depois que se definiu o percurso do Trem de Alta Velocidade (TAV) sem passar por Jundiaí. “O TAV sai de Viracopos (Campinas) e vem direto para o centro de São Paulo, seguindo para Guarulhos, São José dos Campos e Rio de Janeiro.”

O trem rápido, com capacidade para 600 pessoas sentadas, deve sair de Jundiaí e alcançar a estação Água Branca, na capital paulista, em 25 minutos, vencendo um percurso de 45 quilômetros. Conforme o secretário, o projeto executivo está sendo contratado e as obras podem começar no final de 2012.

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No trecho inicial, o trem vai aproveitar a área operacional da linha 7 da CPTM, até a região de Perus. “Não é possível usar a mesma linha porque os trens da CPTM circulam em intervalos de 6 minutos e logo passarão a ter intervalos de 3 minutos”, explicou Fernandes. Dali em diante a linha ganhará um novo traçado, eliminando as curvas.

As composições serão confortáveis, com serviço de internet sem fio. O preço da tarifa competirá com o dos ônibus. Na estação Água Branca, haverá a integração com o metrô da Freguesia do Ó, que está em obras. Se houver atraso, a alternativa será a estação Barra Funda. O custo estimado do projeto é de R$ 3 bilhões.

Nova Linha

O projeto funcional do trem rápido para Sorocaba deverá ficar pronto em março e prevê percurso de 60 a 65 quilômetros, a ser percorrido em pouco mais de meia hora. O plano de aproveitar o traçado da antiga Estrada de Ferro Sorocabana (EFS) foi deixado de lado devido ao grande número de curvas fechadas, incompatíveis com a velocidade pretendida. “Vamos ter de gastar um pouco mais em uma nova linha, pois tem a questão das desapropriações e das licenças ambientais”, disse o secretário.

O trem deve passar por Osasco, Itapevi, São Roque e Mairinque. Um estudo da CPTM identificou uma demanda de 72 mil passageiros por dia no trecho. Destes, 33% usam carros para se deslocar. O secretário acredita que os primeiros trens corram para Sorocaba entre 2017 e 2018.

Para a linha de Santos, o prazo pode ser antecipado, pois a iniciativa privada manifestou interesse em participar do projeto. “Recebemos um grupo de empresários que tem pronto um plano de investimento.” De acordo com o secretário, apesar de haver alternativas, a tendência é aproveitar a linha da cremalheira para levar o trem até Santos, passado por Ribeirão Grande da Serra, Paranapiacaba e Cubatão.

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A previsão é de um tráfego de 50 mil pessoas por dia. De acordo com Fernandes, esse número pode mudar rapidamente com o crescimento da Baixada Santista, impulsionado pelo pré-sal. “Pode ser que fique pronto antes do de Sorocaba”, disse. Ele conta que o projeto do trem rápido para São José dos Campos foi “congelado”, já que a região deve ser atendida pelo TAV.

Parcerias

O governo paulista pretende fazer Parceria Público-Privada (PPP) para os trens. Uma das hipóteses é o lançamento de uma rede única envolvendo as várias regiões. Até que o modelo seja definido, a contratação das obras será feita pelo Estado. O trem rápido será integrado à rede da Companhia Paulista dos Trens Metropolitanos (CPTM) e ao Metrô.

De acordo com Fernandes, o objetivo é oferecer alternativa para cerca de um milhão de pessoas que se deslocam diariamente entre essas regiões e a capital. Grande parte utiliza transporte individual, o que resulta em estradas lotadas e em um tempo de deslocamento cada vez maior.

Apesar de serem áreas servidas por rodovias modernas, estas já estão congestionadas. “O Sistema Anhanguera-Bandeirantes, por exemplo, já tem pontos de trânsito parado”. Para ele, a retomada das ligações regionais por trens é uma exigência do desenvolvimento do Estado. “Na verdade, é um programa de governo que já está atrasado.”

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