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Gestão Haddad investe 70% a menos em recapeamento das vias

Resultado da queda no aporte pode ser visto nos buracos espalhados por avenidas e ruas de São Paulo; metragem de pavimentação feita pela administração municipal caiu 63%

Por Da Redação
23 nov 2015, 08h21

Os recursos gastos com recapeamento em São Paulo foram reduzidos em 70% pela gestão do prefeito Fernando Haddad (PT). Essa queda aconteceu na comparação entre o investimento realizado pelas subprefeituras no ano de 2012, último de Gilberto Kassab (PSD), e a verba prevista para as intervenções no asfalto em 2015. A diferença é de 171,7 milhões de reais, em valores corrigidos.

A metragem de pavimentação também caiu no período, de 2,3 milhões de metros quadrados para 847.000 metros quadrados – redução de 63%. Os números se revelam nas avenidas e ruas de São Paulo. Em todas as regiões há exemplos de asfalto com buracos ou calombos na pista, o que dificulta o dia a dia dos motoristas.

O único grande programa de recapeamento ordenado por Haddad se deu por causa da Copa do Mundo. Em 2014, algumas das principais vias da capital, como as marginais, as Avenidas São João, Paulista e Rebouças e o Elevado Costa e Silva, o Minhocão, receberam asfalto novo. Ao todo, foram 64 pontos de intervenção e 91,3 milhões de reais investidos.

Já nos dez primeiros meses deste ano, só 28 vias foram recapeadas. Esse total, porém, deve aumentar, segundo previsão orçamentária da prefeitura, alcançando ao menos 847.000 metros quadrados de asfalto produzido – o número foi obtido levando-se em conta o preço médio por metro quadrado, que é de 85 reais.

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Na gestão Haddad, dados como a data da obra, a metragem linear e a metragem quadrada deixaram de ser publicados na internet. A prefeitura não explica a razão. Superintendente das Usinas de Asfalto da prefeitura, Marcelo Bruni afirma que mais recursos serão empenhados ainda neste ano. Serão cerca de 10 milhões de reais destinados para recapeamento por meio de emendas de vereadores. O prefeito Haddad também promete investir.

A redução da metragem de asfalto produzida pela prefeitura desde 2013, segundo Bruni, é resultado dos esforços feitos por gestões passadas e também da maior qualidade do asfalto. “Os investimentos a partir de 2010 deram resultado. De lá para cá, tanto a técnica de aplicação do material como a qualidade dele melhoraram bastante. Como consequência, a vida útil da pavimentação agora é maior.”

Bruni, no entanto, ressaltou que a prefeitura não está satisfeita porque “há muito o que melhorar ainda”. Ele cita mudanças na operação “tapa buraco” como um bom começo. “A pedido do Tribunal de Contas do Município (TCM), adotamos novos procedimentos. Hoje, não trocamos um buraco por uma lombada, como antes. Fazemos o nivelamento da via”. Outro ganho diz respeito às obras de corredores de ônibus. Segundo a prefeitura, as vias exclusivas geraram serviços de recapeamento feitos pela Secretaria de Transportes em grandes avenidas, como a Marquês de São Vicente, na Zona Oeste. Neste ano, 10,4 milhões de reais foram investidos para fazer esse tipo de intervenção no asfalto.

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Procurado, o prefeito atribuiu o desgaste da pavimentação às “intempéries climáticas”. “Tem muita chuva e muito sol em São Paulo, e isso dificulta”, afirmou o petista, que prometeu destinar mais recursos para o recapeamento das vias. Segundo ele, o serviço extra será viabilizado com um aporte de 60 milhões de reais adicionais e deve ocorrer ainda neste ano, para melhorar a média de investimento na área. Haddad não informou, no entanto, de onde vai remanejar a verba.

A assessoria de imprensa da prefeitura também não detalhou quais áreas perderão verba para que o recapeamento possa ser reforçado e quais regiões serão beneficiadas com a verba suplementar – a expectativa é de que os esforços se concentrem na periferia. No orçamento de 2016, a prefeitura prevê mais do que dobrar o investimento atual. Em ano eleitoral, a proposta é gastar 180 milhões de reais em obras nas vias.

(Com Estadão Conteúdo)

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