Gangue de crianças volta a atacar em São Paulo
Formado por meninas e, desta vez, também por meninos, o grupo continua a promover arrastões na região da Vila Mariana
Uma gangue formada por meninas voltou a atacar na região da Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo. Depois de quase um mês sem perturbar os moradores e comerciantes do bairro, as garotas voltaram a protagonizar arrastões em lojas e na rua, atacando pedestres e motoristas. Nos últimos 11 dias, cinco ocorrências envolvendo meninas e, desta vez, também meninos, com idades entre 9 e 15 anos foram registradas pela polícia.
Às 11 horas da última sexta-feira, quatro garotos e uma menina tentaram assaltar os motoristas num semáforo da Avenida Noé de Azevedo, sem sucesso. O grupo foi preso por policiais militares que faziam a patrulha na região e encaminhado ao Conselho Tutelar da Vila Mariana.
A garota, R.P.A., de 14 anos, envolveu-se em pelo menos outras duas ocorrências, em agosto e setembro. Em 22 de setembro, por volta das 17h30, os policiais flagraram R.P.A. e dois meninos atacando moradores na esquina da Avenida Noé de Azevedo com a Rua Dona Júlia, na Vila Mariana. Na ocasião, a menina foi conduzida ao Conselho Tutelar. Depois, para um abrigo. Mais tarde, voltou às ruas.
C.J.G.S., de 11 anos, é outra integrante da “gangue de meninas da Vila Mariana”, como o grupo ficou conhecido depois de promover inúmeros arrastões na região. Em 29 de setembro, por volta das 11h40, C.J.G.S. foi presa perto do Viaduto Santa Generosa depois de, na companhia de outros adolescentes, tentar furtar pedestres. Como nada foi roubado, a menina foi levada para o Conselho Tutelar. Os comparsas adolescentes conseguiram fugir. Dois dias depois, os mesmos policiais flagraram a mesma menina tentando roubar o relógio de uma mulher no mesmo viaduto. Mais uma vez, C.J.G.S. foi parar no Conselho Tutelar.
Solução ─ Às 10 horas do último domingo, 2 de outubro, Rosélia Aparecida Alves da Silva, funcionária do quiosque Vitta Pane no Terminal Vila Mariana, foi surpreendida por seis meninos e uma menina. “Eles roubaram bolos, lanches e sucos e me ameaçaram”, conta. “Quando foram embora, jogaram o que estava no balcão em mim”. Rosélia não registrou a ocorrência. Segundo o capitão Flávio Baptista, comandante do 12º Batalhão da Polícia Militar, o policiamento foi reforçado na Rua Domingos de Morais e nas imediações das estações do metrô.
“Graças ao reforço foi possível fazer mais flagrantes e evitar inúmeros outros”, afirma Baptista. “Porém, por causa de limitações legais, não cabe a nós a resolução desse problema”. A Secretaria Municipal de Assistência Social informou que apenas um caso envolvendo a gangue da Vila Mariana foi registrado pela pasta. Acelino Marques, conselheiro tutelar da Vila Mariana, disse que, neste mês, recebeu duas crianças envolvidas em furtos. “Como os menores moram em Cidade Tiradentes, na Zona Leste, os casos foram encaminhados para lá”, diz Marques. “Nós mesmos os levamos de van”.
(Com Agência Estado)
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