Réveillon do Rio deve ser pulverizado pela cidade
Ideia é realizar celebrações menores em diversos pontos turísticos; proposta, cercada de dúvidas, precisa passar pela aprovação da Vigilância Sanitária
Em vez de uma única festa, várias. O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos) apresentou a ideia de pulverizar a confraternização de Ano Novo pela cidade aos representantes do Sindicato de Bares e Restaurantes (SindRio) e da Associação da Indústria de Hotéis (ABIH). Durante uma reunião, ocorrida na manhã dessa quarta-feira, 29, que contou com a presença do presidente da Riotur, a empresa municipal responsável pelo evento, foi discutido um formato mais intimista, capaz de dispersar o público e evitar aglomerações que poderiam causar contaminações por Covid-19.
A ideia é promover encontros menores em torno dos principais cartões postais do Rio de Janeiro. Haveria shows de luzes e projeções de imagens em monumentos como Forte de Copacabana, Urca e Pão de Açúcar e Cristo Redentor. Na Zona Norte estuda-se liberar espaços como Piscinão de Ramos e Parque de Madureira.
A proposta, no entanto, ainda está cercada de dúvidas, principalmente quanto às medidas para garantir que não haja grandes concentrações, já que apenas tradições religiosas e costumes, como pular sete ondas e jogar flores ao mar, podem ser suficientes para atrair milhares de pessoas à orla.
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Clique e AssineNão se sabe, por exemplo, como seria a circulação do público pela cidade, no dia 31 de dezembro, nem se os locais onde acontecerão as celebrações ficarão restritos apenas aos moradores e turistas. Na reunião, não se discutiu o emprego de barreiras físicas, autorizações exclusivas de acesso, nem restrições de transporte público.
Outro ponto ainda não esclarecido é a queima de fogos, o destaque da virada. Existe a possibilidade de apresentações mais curtas, com fogos considerados menos espetaculares e barulhentos, como cascatas.
Shows, por enquanto, só em transmissões televisivas ou pela internet, sejam ao vivo ou pré gravados.
Antes de prosseguir com a proposta, a Secretaria de Vigilância Sanitária irá conduzir estudos sobre a viabilidade desse tipo de evento, bem como os protocolos necessários para colocar a ideia em prática. Se aprovada, o próximo passo é a publicação do caderno de encargos para as empresas. A participação da iniciativa privada é considerada essencial para a realização do evento.
O setor hoteleiro espera uma redução de 30% na ocupação dos hotéis, no réveillon desse ano, mesmo assim, aprovou a ideia: “É muitíssimo melhor do que um cancelamento. Precisamos que haja uma definição o mais rápido possível para comercializar os pacotes”, diz Alfredo Lopes, presidente da ABIH-RJ. Espera-se que sejam realizados celebrações restritas aos hóspedes, seguindo determinações já estipuladas pela Vigilância Sanitária, como diminuição de público e espaçamento entre mesas.
Nesta terça-feira, o prefeito do Rio aventou a possibilidade de uma consulta popular, realizada por institutos independentes, para definir o formato da festa.
Em tempos normais, as confraternizações de Ano Novo começam a ser planejadas no início de agosto. Esse ano, a discussão do evento foi antecipada em virtude da pandemia de Coronavírus.