O ex-cirurgião plástico Farah Jorge Farah, de 58 anos, foi condenado nesta quinta-feira a 12 anos de prisão por assassinato e um ano por ocultação de cadáver. A sentença foi dada pelo juiz Rogério de Toledo Pierri, do 2º Tribunal do Júri do fórum de Santana (São Paulo). Ele foi considerado culpado pelos jurados por unanimidade por matar e esquartejar a ex-namorada e paciente Maria do Carmo Alves.
Mas Farah não será preso. Ele conseguiu a liberdade provisória em 2007 com um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal. Por isso, para ser preso, o ex-cirurgião terá de aguardar o processo transitar em julgado -quando não há mais direito a recursos.
Julgamento – O julgamento de Farah começou na terça-feira, no Fórum de Santana, zona norte de São Paulo, quando foram ouvidos o réu e as testemunhas – as de acusação descreveram o ex-cirurgião como “pervertido”. Segundo o promotor Alexandre Marcos, a maioria dos quesitos para considerar Farah culpado foi aprovada pelo júri.
O crime ocorreu em 24 de janeiro de 2003, numa sexta-feira, e o corpo foi encontrado dias depois esquartejado no porta-malas do carro do médico. No depoimento da terça, o médico disse que estava evitando Maria do Carmo. No dia do crime, estava fechando o consultório para não recebê-la, quando a mulher chegou e teve início uma discussão.
Farah contou que a mulher o atacou com uma faca e ele se defendeu com a bengala. O réu diz não lembrar o que ocorreu depois. A defesa sustentou a versão de que o médico estaria sendo perseguido há cinco anos por Maria do Carmo e alegou ainda que Farah agiu em legítima defesa. Entre as provas, os advogados de Farah apresentaram relatórios de companhias de telefonia que apontaram 3.708 ligações de Maria do Carmo para o ex-médico no mês de março de 2002.