Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Escolaridade feminina determina o padrão da família

Gravidez precoce é menor entre mulheres mais instruídas, que também têm menos filhos

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 17 set 2010, 10h04

Qualificar o jovem para o mercado de trabalho é apenas uma das consequências desejáveis de completar os primeiros 11 anos de estudo. Os pesquisadores do IBGE também estabelecem a relação entre nível de escolaridade e taxa de fecundidade _ ou seja, o número de filhos por mulher. Esse é um importante indicador social e um dos principais marcadores do grau de desenvolvimento de um país. No Brasil, a fecundidade vem caindo aceleradamente: em 1980, era de quatro filhos por mulher. Em 2009, estava em 1,94, muito próximo do padrão da América do Norte.

Quando se analisam os dados relativos ao grau de instrução, a desigualdade salta aos olhos. Em 2009, no Brasil, mulheres com até sete anos de estudo tinham, em média, 3,19 filhos – próximo da taxa de 1980 e quase o dobro daquelas com oito anos ou mais de escola (1,68), que corresponde ao ensino fundamental completo.

O nível de instrução das mulheres interfere também em outro indicador importante: a idade com que elas se tornam mães. A pesquisa do IBGE mostra que as mulheres com menos de sete anos de estudo representaram 20,3% do total de mães que tiveram filhos com idade entre 15 e 19 anos. Entre as mais instruídas, esse índice cai para 13,3%. A maternidade precoce contribui para a permanência da desigualdade, uma vez que dificulta a permanência da jovem na escola e, por tabela, seu ingresso e seu progresso no mercado de trabalho.

Em dez anos, o Brasil também pode comemorar uma substancial redução na taxa de mortalidade infantil, que caiu de 31,7 por mil nascidos vivos para 22,5 por mil nascidos vivos. É um padrão ainda distante dos países desenvolvidos. Na Europa, morrem sete crianças a cada mil. Mesmo o Rio Grande do Sul, que tem a menor taxa brasileira, tem uma taxa de 12,7, quase o dobro da europeia. E, em Alagoas, o indicador é vergonhoso: morrem 46,4 crianças a cada mil nascidas vivas.

Continua após a publicidade

Essa diferença regional acontece não apenas porque o estado é mais pobre, mas pelo que a pobreza significa: condições de moradia precárias (sem saneamento básico, por exemplo), menos acesso aos serviços de saúde e, mais uma vez, menos educação. Um círculo vicioso que representa o grande desafio do Brasil nas próximas décadas.

LEIA TAMBÉM:

Ensino médio, o gargalo da educação no Brasil

Desigualdade cai, mas aumenta a dependência dos programas de assistência

Conheça os números da Síntese de Indicadores Sociais do IBGE

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.