Assine VEJA por R$2,00/semana
Reinaldo Azevedo Por Blog Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

Escândalo derrubou investimento nos Transportes

Na VEJA.com: O Ministério dos Transportes foi o principal responsável pelo baixo ritmo de investimentos do governo federal em 2012. De acordo com levantamento da ONG Contas Abertas, a pasta reduziu em 17,4% os recursos aplicados neste ano. O porcentual representa uma retração de 1,8 bilhão de reais em investimentos em obras e na compra de […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 07h13 - Publicado em 14 dez 2012, 15h58
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Na VEJA.com:
    O Ministério dos Transportes foi o principal responsável pelo baixo ritmo de investimentos do governo federal em 2012. De acordo com levantamento da ONG Contas Abertas, a pasta reduziu em 17,4% os recursos aplicados neste ano. O porcentual representa uma retração de 1,8 bilhão de reais em investimentos em obras e na compra de equipamentos. Por trás dos maus resultados deste ano está a adequação dos principais órgãos da pasta a mudanças adotadas na esteira do escândalo de corrupção descoberto nos Transportes em 2011.

    Ao todo, o ministério aplicou 9 bilhões de reais neste exercício, ante 10,9 bilhões de reais em 2011. O valor fica ainda menor se comparado ao de 2010, quando 11,2 bilhões de reais foram investidos. A previsão era que 17,4 bilhões de reais fossem aplicados em 2012, o maior montante dentre os 38 órgãos da administração direta. Principal órgão dos Transportes – e epicentro do escândalo de corrupção revelado por VEJA – o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) investiu 9,5 bilhões de reais em 2011, enquanto, no mesmo período deste ano, as aplicações foram de apenas 7,7 bilhões de reais. Segundo a assessoria de imprensa do Dnit, em razão das irregularidades, foi implantada nova metodologia de trabalho que valoriza a elaboração de projetos executivos, “o que retarda um pouco a contratação de novas obras”.

    Publicidade

    Na Valec, responsável por coordenar, executar, controlar, revisar, fiscalizar e administrar obras de infraestrutura ferroviária, a situação não é diferente. Nos onze primeiros meses de 2010, os investimentos foram de 2 bilhões de reais. Em 2011 e 2012, caíram para 1,3 bilhão de reais e 890 milhões de reais, respectivamente. Segundo o órgão, a queda no desempenho também é efeito do escândalo. No ano passado todos os processos de licitação e contratação foram suspensos por vários meses. “Além disso, houve a necessidade de revisão de vários trechos dos projetos que estavam em andamento e de alteração de novos projetos, fazendo com que o ritmo das obras sofresse desaceleração ou paralisações por algum tempo”, afirmou assessoria.

    Publicidade

    O senador Clésio Andrade (PMDB-MG), presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), afirmou em artigo que uma das principais razões do não investimento é que o governo não dispõe de projetos prontos para obras já decididas como prioritárias e estratégicas. “Os valores dos investimentos no setor ficam muito abaixo das necessidades e poderiam ser mais expressivos”, citou. Andrade ressaltou ainda que os investimentos em infraestrutura elevam a demanda agregada, a capacidade produtiva da economia e a competitividade de todos os atores. “É de conhecimento comum que investimentos em logística, ou seja, na construção, duplicação e melhoria de estradas e ferrovias, portos e aeroportos, e obras correlacionadas, são um dos principais instrumentos de impulsão do crescimento”, diz o senador.

    Continua após a publicidade

    Até novembro, o governo federal investiu apenas 45% dos 90,4 bilhões de reais previstos para este ano. O baixo ritmo dos investimentos da União tem impacto direto no desemprenho da economia brasileira – ou seja, contribuiu para o “Pibinho” de 0,6% registrado no terceiro trimestre de 2012.

    O escândalo
    Em julho de 2011, reportagem de VEJA revelou a existência de um esquema de corrupção operado por caciques do PR no Ministério dos Transportes. O partido cobrava propina de empreiteiras interessadas em contratos com a União. O esquema tinha como coração o Dnit e a Valec. O caso resultou na queda do então ministro da pasta, Alfredo Nascimento, do diretor do Dnit e do presidente da Valec. Mais de 20 funcionários da pasta e de órgãos ligados a ela acabaram demitidos na esteira do escândalo.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.