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Empresário é preso suspeito de fraude na compra de respiradores no Rio

Maurício Fontoura, dono da ARC Fontoura, foi alvo de mais uma etapa da Operação Mercadores do Caos

Por Cássio Bruno Atualizado em 13 Maio 2020, 13h15 - Publicado em 13 Maio 2020, 13h05

Em mais uma ação da Operação Mercadores do Caos, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta quarta-feira, 13, o empresário Maurício Fontoura. Ele é suspeito de participar por meio de sua empresa, a Arc Fontoura, de um esquema criminoso de contratos fraudulentos sem licitação para compra de respiradores pelo governo do estado. Os aparelhos iriam atender pacientes com o novo coronavírus. A ação é uma parceria com o Ministério Público estadual.

Na semana passada, outras quatro pessoas foram presas, entre elas o ex-subsecretário-executivo estadual de Saúde Gabriell Neves, responsável pela aquisição dos equipamentos, e uma sócia de Maurício, Cinthya Silva Neumann. De acordo com as investigações, o governo do Rio comprou mil respiradores, mas só foram entregues 52. O custo foi de R$ 183,5 milhões. Os ventiladores mecânicos, porém, não servem para atender doentes com Covid-19. No total, o Palácio Guanabara desembolsou R$ 33 milhões a outras duas empresas alvos da operação, a A2A e a MHS Produtos. O caso está sob sigilo. 

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Em entrevista exclusiva a VEJA, em 24 de abril, Gabriell Neves contou que todas as compras realizadas durante a pandemia foram autorizadas pelo secretário estadual de Saúde, Edmar Santos. “As compras eram determinadas pelo secretário Edmar Santos ou com anuência dele. Outras pessoas também poderiam, eventualmente, demandar uma necessidade. Mas tudo era feito em consonância com o secretário. Ele avalizava o que era solicitado pelos quadros técnicos”, explicou Neves a VEJA, em seu escritório, no centro do Rio. A VEJA, no entanto, o ex-secretário-executivo disse que se amparou na lei federal 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que permite compras emergenciais sem concorrência pública em função do coronavírus.

Na última terça-feira, Edmar Santos admitiu ter sido o responsável pela indicação de Gabriell Neves, como revelou VEJA. Os dois se conheceram em 2016. Naquele ano, Neves era secretário estadual de Ciência e Tecnologia do governo Luiz Fernando Pezão (MDB), preso na Operação Lava Jato. À época, Santos ocupava a direção-geral do Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, zona norte do Rio. “É muito fácil olhar para trás e agora entender que a colocação do dr. Gabriell na função foi um equívoco”, disse o secretário em entrevista coletiva, argumentando que o ex-subsecretário tinha “qualificações técnicas” para o cargo. 

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Neves também fez parte da equipe do ex-governador Sérgio Cabral, outro preso na Lava Jato. Na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), ocupou a chefia de Gabinete do deputado estadual Gustavo Tutuca (MDB). Trabalhou ainda com o pai do parlamentar quando este era prefeito de Piraí. No município do Sul-Fluminense, Neves batia ponto como procurador. Antes de iniciar na gestão Witzel, ele estava como secretário de Saúde de Seropédica, na Baixada Fluminense.

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