Cuba, Brasil e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) discutem desde setembro o fim da cooperação no Mais Médicos. Em reunião no começo daquele mês, dias 3 e 4, representantes dos dois países e a Opas discutiram o tema que, avaliaram, seria inevitável na eventual vitória do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL).
Já na campanha, Bolsonaro havia afirmado que cubanos só poderiam atuar no Mais Médicos se validassem o diploma, condição que o governo cubano avisava que não iria admitir. O ponto mais delicado, porém, era a política de pagamento. Desde o início do programa, os cubanos recebiam um terço do salário e o restante era repassado à Cuba. Bolsonaro havia dito que eles teriam de receber o salário integral.
A reportagem conversou com presentes nesse encontro, em que teria sido iniciada a discussão de um plano de contingência para a saída dos cubanos. Mas a ideia era de que o plano seria colocado em prática a médio prazo e não poucos dias após a eleição.
O Ministério da Saúde disse que a reunião foi para debater temas como orçamento, custos de transporte aéreo e moradia. Segundo a pasta, a sucessão presidencial e um eventual rompimento não foram discutidos. Já a Opas afirmou que planos de contingência são preparados de forma rotineira.
Nesta terça-feira, 27, o representante da Opas no País afirmou que o Brasil vivia “situação desesperadora” em relação ao preenchimento das vagas de médicos antes do programa.