A Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte informou nesta terça-feira que dezesseis dos 33 presídios do Estado registraram motins nos últimos seis dias. Nesta terça, houve rebeliões em quatro presídios nas cidades interioranas de Nova Cruz, Caraúbas, Mossoró e Caicó,. Nesta última, ainda havia uma revolta em andamento nesta noite, com três agentes penitenciários sendo mantidos como reféns.
Para conter a onda de rebeliões, o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), decretou estado de calamidade no sistema prisional e solicitou ao Ministério da Justiça o envio de tropas da Força Nacional. Nesta terça, 215 militares desembarcaram no Estado para ajudar a Polícia Militar a controlar as revoltas nos presídios.
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Enquanto os detentos se rebelavam dentro das penitenciárias, criminosos incendiaram cinco ônibus e uma viatura na Região Metropolitana de Natal na segunda-feira. Desde então, quinze pessoas foram presas suspeitas de participar dos ataques, que não deixaram feridos. A crise no sistema prisional levou o secretário estadual de Justiça e Cidadania, Zaidem Heronildes da Silva Filho, a pedir exoneração do cargo – Kalina Leite Gonçalves foi nomeada para o cargo nesta terça.
Os presídios potiguares alojam ao todo 7.600 detentos, sendo que há vagas para apenas 4.000 pessoas. Além da superlotação, os detentos reclamam da falta de higiene e das condições precárias dos presídios. Segundo a SSP, os presos arrancaram portas, derrubaram muros e incendiaram colchões e objetos dentro das penitenciárias. Não há registros de mortes. Apenas um preso ficou ferido após ser esfaqueado por um companheiro de cela. O órgão também informou estar investigando a hipótese de o Primeiro Comando da Capital (PCC) está por trás das rebeliões e dos ataques a ônibus.
(Da redação)