Foragido desde junho de 2020, o ex-PM Anderson de Souza Oliveira, o Mugão, foi morto por agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro após um confronto no bairro de Ramos, na Zona Norte da capital fluminense, nesta sexta-feira, 12.
Ele é apontado pela polícia e pelo Ministério Público do Rio como um dos integrantes do grupo de milicianos e assassinos de aluguel conhecido como Escritório do Crime – fundado pelo ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega, também morto pela polícia no interior da Bahia em fevereiro do ano passado.
Em nota, a polícia disse que Oliveira atirou nos agentes da Delegacia Especializada de Armas, Munições e Explosivos (Desarme) durante a abordagem e morreu após o confronto. Ele foi socorrido ao Hospital Getúlio Vargas, mas não resistiu aos ferimentos. “As investigações continuam para identificar outros integrantes do grupo criminoso”, afirma o comunicado.
Com ele, foram apreendidos um revólver, uma pistola, uma mochila com anotações sobre cobranças de aluguéis e uma identidade falsa da Polícia Civil do Rio.
Na estrutura hierárquica do Escritório do Crime, Mugão era responsável pelo levantamento, vigilância e monitoramento das vítimas, além de executar os assassinatos.
Mugão é apontado como um dos possíveis participantes da execução do contraventor Marcelo Diotti da Matta, morto em uma emboscada a tiros no estacionamento de um restaurante na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, no noite de 14 de março de 2018 – mesmo data em que a vereadora Marielle Franco e que o motorista Anderson Gomes foram assassinados no atentado no Estácio, região central da capital.
De acordo com as investigações, o ex-PM foi o responsável pelo monitoramento de Diotti meses antes do crime ser executado por ele, por Leonardo Gouvêa Da Silva, o Mad, Leandro Gouvêa Da Silva, o Tonhão, e João Luiz Da Silva, o Gago. Os dois primeiros, que são irmãos, foram presos na Operação Tânatos em 30 de junho de 2020. Já Silva permanece foragido.
O assassinato de Diotti teria sido encomendado pelo capitão Adriano devido a desavenças do chefe da milícia de Rio das Pedras e Muzema com o contraventor. Ainda segundo a denúncia, eles costumavam frequentar a padaria Sabor da Floresta, o chamado “Escritório” da organização criminosa, onde costumavam se encontrar para planejar assassinatos sob encomenda.