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‘Ele estava pleno na vida’, conta irmão da 236ª vítima do incêndio na boate

Jovem de 20 anos que ficou internado por cinco dias foi enterrado nesta sexta-feira na cidade de Santa Cruz do Sul, após sofrer parada cardiorrespiratória

Por Luís Bulcão, de Santa Maria
1 fev 2013, 18h55
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  • A fila formada na quadra do time de basquete Corinthians de Santa Cruz do Sul se estendia do caixão, posicionado embaixo da cesta até a porta de entrada. Matheus Rafael Raschen, de 20 anos, era muito querido na cidade. Capitão da equipe, ele deixou o basquete profissional para estudar Engenharia de Alimentos, na Universidade Federal de Santa Maria, curso que concluiria no final do ano. Com queimaduras em 40% do corpo e intoxicação respiratória, o jovem ainda lutou pela vida por cinco dias. Hospitalizado, morreu na quinta-feira, após sofrer uma parada cardiorrespiratória – elevando o número de vítimas da tragédia em Santa Maria para 236.

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    “Ele foi o melhor de nós. O Matheus era um líder. Vai ser sempre nosso capitão. Acima do basquete, ele era um exemplo de vida, de pessoa, de caráter”, disse Lucas Larrald, amigos de infância. “Joguei com ele desde os seis anos de idade. Nem eu nem ele conseguíamos quicar uma bola”, lembrou ele, que afirma ter perdido um irmão. “Todos pararam de jogar basquete juntos no mesmo ano. É muito difícil jogar profissionalmente, mas foi uma ótima formação. Aprendemos o que é responsabilidade e como se trabalha em equipe. Mas a vida é assim. Nos espalhamos por outras cidades, e sempre nos reuníamos para jogar”, contou, no enterro do amigo nesta sexta, no cemitério Municipal de Santa Cruz do Sul.

    Irmão mais velho, Samuel Raschen se recorda do trabalho que Matheus desenvolvia para diminuir os conservantes de enlatados a partir de microondas. “Ele sempre conseguiu aproveitar tudo. Era daqueles caras que se dava bem em tudo o que fazia. Era cuidadoso, vibrava muito quando conseguia alguma coisa”, descreve. Antes do incêndio, dedicava-se também a organizar a formatura. “Ele estava pleno na vida, estava empolgado, tinha milhões de planos.” Quando foi internado na UTI, contou com o apoio de toda a família, enquanto tentava resistir aos ferimentos. “Falei bastante com ele, mesmo sedado. Ele tinha muita raça. Estava muito mal no domingo, mas conseguiu segurar cinco dias”, falou Samuel.

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    Feridos – Em Porto Alegre, as notícias são boas. Cinco vítimas da tragédia em Santa Maria, que haviam sido transferidas para a capital, tiveram alta nesta sexta-feira, dos hospitais Moinhos de Vento e das Clínicas. Outras 119 pessoas permanecem internadas em cinco cidades do Rio Grande do Sul, e 59 delas ainda utilizam ventilação mecânica para respirar.

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