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Dom Odilo Scherer fundou seminário e faculdade no Paraná

Cardeal integrou a primeira turma do Seminário Diocesano de Toledo e de uma faculdade em Cascavel (PR), onde lecionou filosofia

Por Murilo Basso, de Toledo
12 mar 2013, 21h55
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  • Após deixarem o município de Cerro Largo, no interior do Rio Grande do Sul, com destino à cidade paranaense de Toledo, numa viagem que levou oito dias em um caminhão, Edwino Scherer e Wilma Francisca Scherer tinham uma preocupação constante: que os filhos pudessem se dedicar aos estudos e completar a faculdade.

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    Apesar do trabalho diário na lavoura, o casal desejava que os filhos se tornassem agrônomos, engenheiros ou padres. “Diversas vezes, Edwino afirmou que, caso os filhos quisessem estudar fora, teriam todo o apoio da família. Dizia que, embora na época houvesse uma grande oferta de terra, em breve ela iria se exaurir, e a educação era, sobretudo, um investimento pessoal”, afirma o historiador Vitor Beal, autor de livros sobre a história do município de Toledo (PR).

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    Seguindo os conselhos da família, em 1962, dom Odilo Scherer, hoje arcebispo de São Paulo e um dos cardeais cotados para suceder Bento XVI, foi um dos fundadores do Seminário Diocesano de Toledo e continuou com os estudos em Curitiba e Passo Fundo. “Ele mandava cartas constantemente para os pais. Sentia muita saudade de casa”, afirma Egon Aloysio Finkler, tio de dom Odilo.

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    Mais tarde, Odilo passou a trabalhar no seminário de Cascavel e ajudou a fundar uma faculdade local, na qual lecionou filosofia. “O que muitos ainda se perguntam em nossa região é como seu Edwino e dona Wilma conseguiram fazer com que todos os filhos estudassem”, afirma Vitor Beal. “Com muita fé e dedicação, eles procuraram aproveitar as oportunidades surgidas na época. E o resultado pode ser visto na figura de dom Odilo e seus irmãos”, completa.

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    Rotina – Ao desembarcar na nova casa, a terra ainda desconhecida e as atividades essencialmente agrícolas fizeram com que os Scherer dobrassem os cuidados com as crianças. Como viviam em uma área rural, as crianças tinham o hábito de untar as pernas com alho para repelir cobras. “Certa vez, Edwino deu de cara com uma onça pintada quando retornava para casa. Depois daquele dia, nunca mais deixou as crianças saírem sozinhas”, diz Egon Finkler.

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    O trabalho era divido e todos auxiliavam nos serviços domésticos, no trato das criações e na lavoura. Foi assim que Odilo e os irmãos aprenderam a cultivar café, feijão, trigo e, mais tarde, soja. Além do cultivo de alimentos, a alimentação também provinha da caça. “À noite, caçávamos pacas e antas e durante o dia algumas aves. E o Odilo sempre foi um dos melhores”, lembra o tio do cardeal brasileiro.

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    Antes das refeições, os pais tomavam chimarrão, enquanto os filhos brincavam, repassavam as tarefas escolares e cantavam. As tradicionais orações eram em alemão, já que mãe não dominava bem o português. A família era devota de Nossa Senhora do Rosário e coube a Edwino, pai do arcebispo de São Paulo, escolher o nome da capela de Dois Irmãos, onde 20 anos mais tarde dom Odilo Scherer seria ordenado padre.

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