Gilberto Carvalho: direita tentará saída rápida, a renúncia
Ex-ministro petista e colaborador próximo de Lula avalia que eleições indiretas são objetivo de movimentos como Vem Pra Rua e MBL
O ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, acredita que as forças políticas que apoiaram o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff e foram favoráveis ao governo Michel Temer vão tentar uma solução rápida para a crise, pressionando pela renúncia do peemedebista e buscando uma eleição indireta. Segundo ele, para evitar esta situação, a esquerda vai ter que lutar nas ruas por eleições diretas já e disputar a hegemonia das manifestações contra grupos como o Vem Pra Rua e Movimento Brasil Livre. Carvalho é um dos colaboradores mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para ele, a nova crise pode precipitar uma possível condenação de Lula na Lava Jato com o objetivo, de acordo com o petista, de impedi-lo de disputar uma eventual eleição. “Nem tudo são flores. O que eles vão tentar fazer é uma reação rápida por meio de um processo de eleição indireta. Isso pode levar a um salto de qualidade na capacidade deles de se reaglutinar e deixar o projeto que tentam executar ainda mais sólido”, disse.
Na manhã desta quinta-feira, Lula, o presidente do PT, Rui Falcão, líderes petistas na Câmara e no Senado e representantes da Frente Brasil Popular se reúnem em São Paulo para definir a estratégia de ação frente ao abalo do governo Temer. As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, por sua vez, se reúnem no início da tarde na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para elaborar uma agenda de manifestações.
Segundo Guilherme Boulos, líder do MTST e da Frente Povo Sem Medo, pessoas que participaram das manifestações pelo impeachment de Dilma e contra a corrupção serão bem-vindas, mas os movimentos que convocaram os protestos e depois empenharam apoio ao governo Temer, não.
(Com Estadão Conteúdo)