Descoberta de investigação paralela sobre roubo milionário no Itaú gera crise na Polícia Civil
Delegado de Teotônio Vilela, na Zona Leste, abriu inquérito e recebeu imagens dos bandidos que invadiram a agência na Avenida Paulista
A descoberta de uma investigação paralela sobre o roubo milionário de joias em uma agência do banco Itaú na Avenida Paulista intensificou a crise dentro da Polícia Civil. O delegado Ruy Ferraz Fontes, titular do 69º Distrito Policial, em Teotônio Vilela, na Zona Leste, abriu um inquérito para apurar o crime e recebeu do Itaú cópias das imagens dos bandidos antes que os policiais do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) tivessem acesso a tal material.
A investigação paralela irritou ainda mais a cúpula da Segurança Pública de São Paulo, já exasperada com o atraso da notícia do roubo, que chegou ao Deic quase dez dias depois de consumado o crime. A Delegacia de Repressão a Roubo a Bancos abriu o inquérito para apurar o caso só em 5 de setembro, e recebeu imagens dos ladrões três dias depois. O crime aconteceu durante a madrugada de 28 de agosto. Até agora, ninguém foi preso.
O delegado Fontes, da Zona Leste, já comandou a Delegacia de Repressão a Roubo a Bancos. Segundo ele, o inquérito aberto no 69º Distrito Policial pretende apurar o crime de “formação de quadrilha”. Fontes contou que abriu o inquérito também no dia 5 de setembro, uma segunda-feira, e recebeu as fotos dos ladrões um dia depois. Desde o dia 2 de setembro, contudo, seus homens fazem diligências, informou o delegado. “Não estou investigando o roubo, mas quadrilhas da região”, disse.
Policiais do Deic contaram que nos dias 29 e 30 de agosto os investigadores da Delegacia especializada em roubo a bancos entraram em contato com a segurança do Itaú, mas não foram informados sobre a magnitude do assalto. No boletim de ocorrência feito pela agência bancária no 78º Distrito Policial, nos Jardins, não há qualquer informação sobre o conteúdo roubado dos cofres. O banco comunicou que apenas balas de revólveres e equipamentos de segurança da empresa de vigilância haviam sido levados pelos bandidos.
Ao todo, 138 cofres pertencentes a 120 clientes foram arrombados. O prejuízo ultrapassa 100 milhões de reais. Dezesseis bandidos armados invadiram a agência bancária às 23h50 do dia 27 de agosto, um sábado, e concluíram o roubo dez horas depois, por volta das 9h40 do domingo. Por enquanto, só cinco vítimas procuraram a polícia para dar queixa.
(Com Agência Estado)
LEIA TAMBÉM:
Cofres particulares guardam pertences não declarados
Secretário diz que irá apurar falha em roubo ao Itaú