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Defesa relaciona morte do pai de Rugai ao tráfico de drogas

O segundo dia do julgamento do ex-seminarista durou onze horas. No começo da noite, começaram a ser ouvidas as testemunhas dos defensores

Por Da Redação
20 fev 2013, 00h08

O segundo dia do júri do ex-seminarista Gil Rugai, acusado de matar o pai e a madastra em 2004, durou mais de onze horas. Foram ouvidas as últimas testemunhas de acusação e a primeira da defesa. Assim como no primeiro dia, o réu permaneceu o tempo todo em silêncio. A previsão é que o julgamento termine na sexta-feira.

Enquanto a acusação se concentrou em pintar um retrato de Rugai como um psicopata perigoso, a defesa apresentou uma versão que relaciona a morte do pai do acusado, Luís Carlos Rugai, e de sua madrasta, Alessandra Troitini, ao tráfico internacional de drogas.

Nesta terça-feira, terminou a fase de inquirição das testemunhas da acusação, incluindo o delegado Rodolfo Chiarelli, responsável pela investigação do crime. O delegado deu o depoimento mais longo do julgamento até o momento. Por cerca de seis horas. Chiarelli falou sobre o caso e enfatizou que não acha que Rugai seja uma ‘pessoa normal’.

“Não acho normal uma pessoa ter seringa com sangue no quarto e um vidro escrito Pó Santo e a perícia constatar que aquilo tem raticida”, disse ele em determinado momento, ao citar o material encontrado na casa do acusado, à época da investigação.

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Outra testemunha de acusação ouvida neste segundo dia foi instrutor de voo Alberto Bazaia Neto. Ele disse ao tribunal que o pai do acusado, Luís Carlos Rugai, chamou o réu de “menino perigoso”. A testemunha contou que Luís Carlos disse ter expulsado o filho de casa, depois de o rapaz confessar um golpe na produtora de filmes da família. Segundo o instrutor, a vítima reclamou do filho na quarta-feira, 24 de março de 2004. O crime ocorreu quatro dias depois, na noite de domingo.

“Ele [Luís Carlos] falou que teria dado o prazo até às 18 horas de quarta-feira para o filho sair de casa, apresentar um plano para devolver o dinheiro, caso contrário, ele iria à policia tomar as providências”, disse Bazaia Neto.

Nova versão – Para desacreditar Bazaia, a defesa mostrou ao júri reportagens sobre apreensões de cocaína na região do aeródromo de Itu, onde a família de Bazaia Neto dá aulas de voo. Junto com as acusações contra a família do instrutor, a defesa explorou uma nova linha de atuação, tentando relacionar a morte do casal com o tráfico de drogas. Segundo a defesa, Luís havia instalado uma câmera no avião que costumava usar nas aulas no aeródromo, e que provavelmente o equipamento registrou a ação no local.

Um dos advogados, Marcelo Feller, afirmou nesta terça-feira que consta no processo que o casal tinha 400 gramas de maconha no forro do quarto do casal no dia do crime. “Eles eram traficantes? Muito provavelmente não. São vítimas, eles eram usuários e essa informação existe no processo desde sempre. Luis Rugai estava filmando suas aulas, ou seja, ele angariou imagens do que acontecia no aeródromo. Quando que souberam de suas imagens? Um dia antes de sua morte”, disse.

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A acusação desdenhou da nova versão. “Se em nove anos não surgiu um novo nome, não vai ser em cinco dias que esse novo nome vai aparecer. Eu não acredito na viabilidade dessa versão. Se existisse essa possibilidade, a polícia já teria investigado isso”, disse o assistente da acusação Ubirajara Mangini.

A primeira testemunha da defesa foi finalmente ouvida por volta de 20 horas. A pedido dos advogados de Gil, o perito e especialista em crimes contra a vida Alberi Espíndola analisou a perícia do local do crime e levantou dúvidas sobre a posição dos cartuchos encontrados. Disse ainda que seria possível recuperar imagens até 30 dias depois delas serem apagadas de um computador. A última afirmação visava contestar a versão da polícia de que os registros de câmeras de um shopping onde Gil Rugai teria ido após o crime não poderia ser obtido porque seus arquivos já haviam sido apagados quando os investigadores os requisitaram.

A acusação rebateu o testemunho do perito afirmando que ele não esteve no local do crime, e que seu parecer foi baseado apenas em fotos.

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