Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Dantas volta para cadeia. Nahas e Pitta deixam cela

Por Giancarlo Lepiani
10 jul 2008, 15h57

O banqueiro Daniel Dantas, do Banco Opportunity, voltou a ser preso pela Polícia Federal nesta quinta-feira. Horas depois, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, concedeu habeas-corpus ao ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, ao megainvestidor Naji Nahas, e a outras nove pessoas, presas na Operação Satiagraha da Polícia Federal. Dantas havia sido solto no fim da madrugada, em São Paulo.

À tarde, o presidente do STF estendeu a Pitta, Nahas e os outros nove habeas corpus concedido em favor de a Dantas e sua irmã na noite de quarta-feira. Na decisão, o ministro manteve os mesmos argumentos que utilizou para libertar o banqueiro do Opportunity. Ele considerou “desnecessária” a prisão dos suspeitos, pois não há ameaça às provas colhidas durante a operação da Polícia Federal.

Além de Celso Pitta e Naji Nahas, foram beneficiadas o filho e funcionário de Nahas, Fernando Naji Nahas; o doleiro Miguel Jurno Neto; Roberto Sande Caldeira Bastos, também funcionário de Nahas; os doleiros Carmine Henrique, Carmine Henrique Filho e Marco Ernest Matalon; além dos funcionários de Naji Nahas Antonio Moreira Dias Filho e Maria do Carmo Antunes Jannini; e o doleiro Lúcio Funaro. Miguel Jurno Neto, Fernando Naji Nahas, Lúcio Funaro e Marco Ernest Matalon não chegaram a ser presos.

Suborno – O novo pedido de prisão de Dantas não se refere diretamente aos crimes investigados pela Operação Santiagraha, mas sim à suposta tentativa do banqueiro de evitar sua prisão e impedir que sua irmã, Verônica Dantas, e seu sócio, Carlos Rodemburg, fossem envolvidos. A tentativa de suborno de um delegado da PF foi denunciada pelo Ministério Público Federal ao juiz De Sanctis. Dantas é acusado do crime de corrupção ativa, por oferecer 1 milhão de dólares ao delegado.

Continua após a publicidade

De acordo com informações do canal de TV Globo News, o novo pedido de prisão foi aprovado pelo mesmo juiz que emitiu a primeira ordem, Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Desta vez, porém, foi um pedido de prisão provisória, e não temporária.

Em nota, a PF informou que a ordem foi solicitada “em razão de documentos encontrados nas buscas realizadas na última terça-feira” e também por uma testemunha que fortaleceu “a ligação entre o preso e a prática do crime de corrupção (suborno) contra um policial federal que participava das investigações”. Segundo a polícia, Dantas foi detido em escritório na avenida Nove de Julho, em São Paulo. Ele está de volta à carceragem da Superintendência da PF, no bairro da Lapa, zona oeste da capital paulista. Dantas, Pitta e Nahas são acusados, entre outros crimes, de gestão fraudulenta, formação de quadrilha, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e uso de informações privilegiadas.

Saída da PF – O habeas corpus de Dantas foi decidido no fim da noite de quarta e determinava soltura em caráter imediato dos nove suspeitos que estavam detidos — dois dos beneficiados estavam foragidos e nem chegaram a ser presos. Além de Daniel Dantas, sua irmã, Verônica (apontada pela PF como laranja do esquema), e seus executivos no Grupo Opportunity foram soltos por ordem do STF. A liminar não beneficiou o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o empresário Naji Nahas, ainda detidos.

Continua após a publicidade

Dantas e Verônica saíram da sede da PF em São Paulo num Mitsubishi. Antes, quatro pessoas já haviam deixado o local. Depois que o banqueiro saiu, mais três diretores foram embora. O ministro Mendes justificou a decisão dizendo que os motivos citados pelo juiz Fausto de Sanctis não sustentavam a prisão temporária. O juiz citou, por exemplo, a necessidade de obter depoimentos dos acusados e confrontá-los com as provas obtidas nas investigações da PF.

“Não há no ordenamento jurídico brasileiro prisão com a exclusiva finalidade de interrogatório dos investigados”, escreveu o presidente do STF em sua decisão. Caso o seu pedido de habeas corpus não tivesse sido concedido, Dantas ficaria preso pelo menos até o fim de semana, prazo da prisão temporária. Dantas já havia pedido habeas ao STF antes mesmo de ser detido. Depois que a operação foi iniciada e a prisão se confirmou, ele cobrou urgência na tramitação de seu pedido.

Cronologia

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.