Coronel que confessou tortura durante a ditadura será enterrado neste sábado
Polícia investiga morte de Paulo Malhães, ex-integrante de órgãos de repressão
Paulo Malhães – coronel da reserva que confessou ter participado de torturas durante a ditadura militar – será enterrado às 15h deste sábado, no cemitério de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ex-integrante de órgãos de repressão, ele foi encontrado morto na última quinta-feira, no sítio onde morava, em Marapicu, zona rural de Nova Iguaçu, após um assalto.
A Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, que investiga o caso, não descarta nenhuma das hipóteses para explicar o assassinato: homicídio por motivo de vingança ou latrocínio (roubo seguido de morte). A possibilidade de a morte ter relação com o depoimento de Malhães à Comissão da Verdade, em março, também é investigada. Na ocasião, ele afirmou ter participado de torturas, assassinatos e desaparecimentos de militantes políticos, inclusive do sumiço dos restos mortais do deputado Rubens Paiva, desaparecido em 1971. Ele também deu detalhes sobre o funcionamento da Casa da Morte de Petrópolis, na Região Serrana fluminense, um centro clandestino de tortura e homicídios mantido pelo Centro de Informações do Exército (CIE).
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Histórico – Na tarde da última quinta-feira, três homens invadiram o sítio de Malhães e fizeram de reféns por nove horas ele, a mulher, Cristina Batista Malhães, e o caseiro, Rogério. Os criminosos levaram dois computadores, pelos menos três armas antigas colecionadas pelo ex-militar, um aparelho de som, joias e cerca de 700 reais em dinheiro.
Malhães foi mantido em seu próprio quarto, onde foi encontrado morto, supostamente por asfixia. O corpo estava de bruços, com o rosto contra um travesseiro e apresentava sinais de cianose – características de sufocamento. Os criminosos amarraram Rogério e Cristina e foram embora depois do crime.
(Com Estadão Conteúdo)