Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Coronel que confessou tortura na ditadura é assassinado

Três homens invadiram sítio onde morava, segundo viúva, que foi feita refém

Por Da Redação
25 abr 2014, 15h56

O coronel reformado e ex-agente do Centro de Informações do Exército (CIE) Paulo Malhães foi encontrado morto nesta sexta-feira no sítio onde morava em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O corpo apresentava marcas de asfixia, segundo a Polícia Civil. De acordo com a viúva Cristina Batista Malhães, três homens invadiram o sítio na noite de quinta-feira, à procura de armas que o coronel colecionava. Ela disse que foi amarrada e trancada em um cômodo pelos invasores, ao lado do caseiro, das 13h às 22h.

Malhães prestou depoimento em março à Comissão Nacional da Verdade (CNV) e relatou ter participado de prisões e torturas durante a ditadura militar. Segundo ele, agentes do CIE mutilavam corpos de vítimas da repressão assassinadas na Casa da Morte, em Petrópolis (Região Serrana do Rio), arrancando suas arcadas dentárias e as pontas dos dedos para impedir a identificação. Disse também que foi o encarregado pelo Exército de desenterrar e sumir com o corpo do deputado Rubens Paiva, desaparecido em 1971.

Leia também:

Leia também: Militar confirma existência de “Casa da Morte” na ditadura

Continua após a publicidade

Investigações – O coordenador da CNV, Pedro Dallari, solicitou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal acompanhe de perto as investigações sobre o assassinato do coronel. Para a Comissão, a morte de Manhães e a eventual relação desse crime com as revelações feitas por ele devem ser apuradas com rigor e rapidez. “Por se tratar de uma situação que envolve investigação conduzida pela CNV, que é órgão federal, pedi que a PF fosse acionada para acompanhar as investigações conduzidas pela Polícia Civil do Rio”, afirmou Dallari.

O cientista político Paulo Sérgio Pinheiro, membro da CNV, classificou o crime como “abominável” e fez um alerta para a sociedade brasileira. “Não podemos fazer qualquer afirmação sobre a autoria, mas se efetivamente se trata de uma retaliação pelo seu depoimento à Comissão da Verdade, é evidente que isso é um sinal de alerta para a sociedade de que ainda existem grupos no Brasil que recorrem à violência.” Pinheiro está no Chile para iniciar a apuração sobre a colaboração entre as ditaduras militares brasileiras e chilenas.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.