Conflitos no campo mataram 59 no ano passado, recorde desde 2003
Norte e Nordeste lideram em mortos, segundo dados parciais divulgados pela Comissão Pastoral da Terra; número de vítimas é crescente nos últimos anos
Conflitos agrários pelo país deixaram 59 mortos no ano passado, segundo dados preliminares divulgados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), organização ligada à Igreja Católica. O índice é o mais alto desde 2003, quando 71 pessoas foram assassinadas em razão de disputas no campo.
O número de vítimas é crescente nos últimos anos: foram 50 assassinatos em 2015, catorze a mais do que no ano anterior. Além dos assassinatos, outros tipos de violência no campo foram comuns, como ameaças de morte, perseguições, intimidações e destruição de lavouras e casas. O relatório completo será divulgado em abril.
A Região Norte foi a que mais registrou ocorrências, seguida, pela ordem, das regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, de acordo com os dados parciais da CPT. O estado de Rondônia ocupa o primeiro lugar da lista, seguido de Maranhão e Pará.
Um dos casos de repercussão foi o assassinato da integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Nilce de Souza Magalhães, em Porto Velho, em Rondônia, ocorrido em janeiro de 2016.
Nilce era conhecida pela luta contra a construção da usina hidrelétrica de Jirau e desapareceu no dia 7 de janeiro de 2016. Seu corpo foi encontrado em junho, amarrado a pedras, nas profundezas do lago de Jirau.
(Com Estadão Conteúdo)