Comissão de Ética da Presidência da República quer investigar ministros
Órgão que apura desvios de funcionários públicos pediu ao ministro Edson Fachin, do STF, acesso à íntegra do inquérito que investiga os dois e Temer
O presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Luiz Navarro de Britto Filho, pediu ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), acesso à íntegra de um inquérito instaurado com base na delação da Odebrecht que investiga o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Minas e Energia), todos do MDB.
No inquérito, delatores da Odebrecht apontam que integrantes do grupo político liderado pelos três teriam recebido recursos ilícitos da empreiteira como contrapartida ao atendimento de interesses dela pela Secretaria de Aviação Civil – pasta que foi comandada pelos dois ministros de Temer entre 2013 e 2015.
Em despacho assinado no dia 28 de maio, Britto Filho solicita a íntegra do processo para “instruir processo de apuração ética” contra Moreira Franco e Padilha. A comissão não tem poderes para investigar o presidente da República.
Em abril do ano passado, a Comissão de Ética Pública decidiu abrir investigação contra Moreira Franco e Padilha por supostas infrações éticas no relacionamento com a Odebrecht. A decisão foi tomada após deputados petistas alegarem que há indícios “gravíssimos” de que os ministros apontados por delatores da Odebrecht estão envolvidos em “condutas aberrantes”, o que seria incompatível com a ética e a probidade pública. Para os parlamentares, os ministros perderam as condições de continuar nos cargos.