A mãe da menina Isabella Nardoni, Ana Carolina Oliveira, confirma que a madrasta da criança, Anna Carolina Jatobá, tinha ciúme dela — e que isso pode ter ligação com o assassinato. Em entrevista exibida na noite de domingo pela TV Globo, Ana Carolina afirma que a filha pode ter sido vitimada em função da grande semelhança entre ela e Isabella. “Minha imagem era a imagem dela”, disse Ana. Ela afirmou que acredita no envolvimento direto de Alexandre Nardoni e Anna Jatobá.
Sobre o ciúme da madrasta, a mãe de Isabella disse que “nunca deu motivo” — ela não falava com Nardoni desde sua separação, e só tratava dos assuntos relacionados à vida da filha através do avô paterno. “Tudo o que eu tinha que resolver e que envolvia o Alexandre, ligava para o pai dele.” Segundo Ana Carolina, a própria família de Nardoni confirmou que havia ciúme. O pai da menina pagava uma pensão de 250 reais para Isabella. E já havia ameaçado matar parentes no passado.
Conforme Ana Carolina, o caso ocorreu quando Isabella tinha 11 meses. Nardoni não queria que a filha fosse para a escola e prometeu “matar” a família da ex-namorada. A mãe de Isabella contou ainda que Nardoni nem sequer olhou para ela no velório da menina. Mas informou que Isabella jamais havia reclamado de possíveis agressões que o pai teria cometido. As marcas roxas que apareciam depois das visitas a Nardoni eram resultado de brigas com o meio-irmão Pietro, de 3 anos.
Ana Carolina disse que a entrevista de Nardoni e Anna Jatobá à TV Globo “não foi convincente” e afirmou não acreditar que Isabella chamasse a madrasta de mãe, como a suspeita da morte da menina contou. “Nós, eu e Isabella, tínhamos uma relação de cumplicidade, de mãe para filha. Ela já tinha mãe. A mãe dela existe. A mãe dela está aqui, agora, e ela não tinha outra mãe.” Emocionada, Ana Carolina lembrou do momento em que encontrou sua filha, ainda caída no edifício.
“Eu ajoelhei na frente dela, coloquei a mão no peito dela, e disse: ‘Filha, fica calma. Mamãe está aqui e vai dar tudo certo’.” Ana Carolina contou que não percebeu sinal de “esganação” no corpo da filha, mas percebeu que “as mãozinhas e o lábio estavam roxos”. Naquele momento, o pai da menina só andava de um lado para o outro. “É duro conviver com a idéia de saber que uma pessoa tenha a capacidade de chegar a esse nível”, disse, em referência à suspeita que pesa contra ele.
“Você não consegue imaginar como um pai tenha a capacidade de destratar uma criança assim”, completou a mãe de Isabella, que também revelou qual é a pior parte do sofrimento pela morte da filha: voltar para casa e não ser recebida pela filha, como acontecia quase todos os dias. “É a hora mais difícil”, disse, chorando. “Porque sei que vou chegar em casa, e ela não vai estar lá.” Ana Carolina de Oliveira vai acompanhar o julgamento do caso de perto: “Eu acredito na Justiça.”