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Chirac condenado a dois anos de prisão com sursis

Por Patrick Kovarik
15 dez 2011, 18h02

O ex-presidente francês Jacques Chirac foi condenado nesta quinta-feira a dois anos de prisão com suspensão condicional da pena pelo caso dos empregos supostamente fantasmas criados na prefeitura de Paris no início dos anos 90, quando era prefeito da capital francesa.

O ex-chefe de Estado, de 79 anos, que não cumprirá a pena na prisão por esta ser a sua primeira condenação, não compareceu à leitura da sentença como também não havia acompanhado o julgamento, depois que um boletim médico determinou que ele sofre de problemas neurológicos “severos e irreversíveis”.

Após afirmar que, “por desgraça” não conta mais com “todas as forças necessárias” para prosseguir “o combate pela verdade”, o ex-presidente anunciou que não apelará desta sentença, embora a “questione categoricamente”.

Chirac, primeiro ex-presidente da V República condenado pela justiça, foi declarado culpado por “desvio de fundos públicos, abuso de confiança e aquisição ilícita de interesses” no caso de 28 empregos fantasmas, remunerados pela prefeitura de Paris entre 1990 e 1995, quando Chirac era prefeito e presidente do partido RPR e, além disso, preparava a candidatura às eleições presidenciais de maio de 1995, das quais foi o vencedor.

O ex-presidente é suspeito de ter colocado o dinheiro público da capital francesa a serviço dos interesses de seu partido e de suas ambições eleitorais.

Chirac sempre negou as acusações e afirmou não ter cometido “nenhuma falha penal ou moral”, em uma declaração lida por seus advogados durante o julgamento.

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A promotoria havia solicitado a liberdade do ex-presidente e dos outros nove acusados no caso, dos quais apenas dois foram absolvidos, o ex-diretor de gabinete Michel Roussin e Pierre Boué.

Os demais acusados foram considerados culpados, com penas de entre dois e quatro meses de prisão, também com suspensão condicional. Apenas o ex-secretário-geral do sindicato FO, Marc Blondel, foi dispensado de pena.

Jacques Chirac corria o risco de ser condenado a até 10 anos de prisão e a pagar uma multa de 150.000 euros.

O tribunal correcional de Paris declarou ainda inadmissível a demanda da associação anticorrupção Anticor, que pedia indenizações por danos e prejuízos.

“Vossa responsabilidade moral e política é imensa”, afirmou durante o julgamento um dos advogados Chirac, Georges Kiejman.

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“Vossa decisão será a última imagem que ficará de Jacques Chirac”, completou, ao pedir a absolvição.

O caso tinha duas partes distintas, uma em Paris sobre 21 empregos e outra em Nanterre (nas proximidades da capital), sobre outros sete empregos fantasmas.

O julgamento também não teve a presença de muitas testemunhas previstas inicialmente, incluindo o atual ministro das Relações Exteriores, Alain Juppé.

O ex-premier durante a presidência de Chirac foi condenado em 2004 a 14 meses de prisão com sursis e a um ano de inelegibilidade pelo mesmo caso, na qualidade de ex-auxiliar de Jacques Chirac na prefeitura de Paris.

Os advogados de defesa negaram a existência de um sistema organizado de corrupção e tentaram demonstrar que os empregos foram úteis para os parisienses.

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