CGU acha 19 falhas em contratos de amigo de Pimentel
Gráfica Brasil, do empresário Benedito Oliveira Neto, o Bené, teve contratos renovados indevidamente e não comprovou aplicação de recursos públicos
A Controladoria-Geral da União (CGU) encontrou dezenove falhas em contratos de órgãos federais com a Gráfica Brasil, de Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, empresário preso pela Polícia Federal (PF) na última sexta-feira e colaborador de campanhas do PT, entre elas a do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, em 2014, e a da presidente Dilma Rousseff, em 2010. A informação foi publicada nesta terça-feira pelo jornal Folha de S. Paulo. Suspeito de comandar uma rede criminosa de lavagem de dinheiro, Bené pagou fiança e foi liberado no mesmo dia.
Segundo a CGU, os contratos apresentam indícios de sobrepreço, falhas em projeto básico, renovação indevida de contrato e irregularidades na comprovação da aplicação de dinheiro público. A Polícia Federal diz que a rede de lavagem de dinheiro integrada por Bené agia a partir de sobrepeço em contratos e da não execução dos serviços. Os dados da CGU foram enviados à PF.
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Uma das irregularidades foi encontrada no Ministério das Cidades, cujo ex-chefe da Comunicação Social durante a gestão do PP na pasta, Marcier Trombiere Moreira, também foi preso com Bené. O Ministério das Cidades usou uma ata de registro de preços do Ministério do Turismo para contratar a Gráfica Brasil, por 9 milhões de reais. O ministério já foi notificado sobre a “adesão irregular” à ata de registro de preços do Turismo e disse que vai colaborar com as investigações.
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As falhas consideradas graves e médias pela CGU foram encontradas durante análise de 39 contratos da gráfica, assinados entre 2006 e 2013. Os contratos de ministérios com a gráfica de Bené somam 465 milhões de reais, entre 2006 e 2015, segundo a Polícia Federal, que passou a apurar os negócios de Bené depois de apreender 113.000 reais em outubro de ano passado quando o avião bimotor particular dele pousou no Aeroporto de Brasília, logo após as eleições. Ele também é suspeito de operar um caixa paralelo de campanha para petistas e de ter ligações com uma empresa supostamente de fachada da primeira-dama de Minas, a jornalista Carolina Oliveira Pereira. Ela defende a regularidade no funcionamento da empresa.
(Da redação)