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Caso Henry: expectativa de novas revelações sobre morte do menino

Dr. Jairinho, o padrasto, e a mãe da criança, Monique Medeiros, foram convocados para um novo interrogatório marcado para 1º de junho

Por Sofia Cerqueira Atualizado em 5 Maio 2022, 14h57 - Publicado em 4 Maio 2022, 08h07

Depois de não responder uma série de questionamentos em fevereiro passado, o médico e ex-vereador Jairo dos Santos Souza, o Dr. Jairinho, foi convocado para prestar depoimento no dia 1º de junho. Na nova audiência, marcada pelo juiz em exercício da 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Daniel Werneck Cotta, também será ouvida novamente a professora Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, que morreu em 8 de março de 2021 e completaria 6 anos ontem (3). O casal é acusado de homicídio triplamente qualificado com o emprego de tortura. A versão de acidente doméstico, sustentada inicialmente pelos dois na ocasião do crime, caiu por terra com o laudo pericial que apontou 23 lesões no corpo da criança e hemorragia interna por ação contundente. As circunstâncias que envolvem a morte de Henry, que estava com o padrasto e a mãe em um apartamento da Barra da Tijuca, na Zona Oeste carioca, no entanto, ainda são cercadas de perguntas sem resposta.

O garote Henry Borel, de 4 anos de idade: morto enquanto estava num apartamento com a mãe e o padrasto, o ex-vereador Jairinho
O garote Henry Borel, de 4 anos de idade: morto enquanto estava num apartamento com a mãe e o padrasto, o ex-vereador Jairinho (//Arquivo pessoal)

No início do próximo mês, além do vereador cassado, que está preso há um ano, e de Monique – em regime domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, desde 4 de abril –, serão ouvidos o perito criminal Leonardo Tauil e o assistente técnico Sami El Jundi, indicado pela defesa de Jairinho. Os advogados dele questionam a necrópsia, que deixa claro que houve um crime brutal. Por meio de nota, o advogado Cláudio Dalledone disse que os novos depoimentos irão “mudar o curso do processo”.  Afirmou ainda não ter “dúvida de que muitas novidades surgirão neste caso”.

Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, interrogada hoje sobre assassinato da criança
Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel: na última audiência disse que “Só Deus, meu filho e Jairinho sabem o que aconteceu naquela madrugada” (Brunno Dantas/TJRJ/Divulgação)

Para confrontar as versões dadas por Jairinho e Monique, o Ministério Público do Rio de Janeiro também vem se municiando. O promotor Fábio Vieira, responsável pelo caso, pediu em abril o escaneamento em 3D do apartamento onde o casal vivia até aquela madrugada fatídica. Ainda no mês passado, peritos estiveram no condomínio Majestic, local do crime, onde foi medido e escaneado o ambiente com o auxílio de um software de realidade virtual.

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O ex-vereador e a mãe de Henry: o casal, hoje réu por homicídio qualificado, antes unido na defesa, defendia a versão de acidente doméstico
O ex-vereador e a mãe de Henry: o casal, hoje réu por homicídio qualificado, antes unido na defesa, defendia a versão de acidente doméstico (./Reprodução)

No último interrogatório, em 9 de fevereiro, o ex-vereador optou por se manter calado diante das perguntas da juíza Elizabeth Machado Louro, titular da 2ª Vara Criminal da capital e responsável pelo julgamento, enquanto Monique depôs por onze horas. Na ocasião, a professora, que antes corroborava com a versão do então namorado de que a criança havia caído da cama, afirmou em seu depoimento que “Só Deus, meu filho e Jairinho sabem o que aconteceu naquela madrugada”. O vereador cassado, por sua vez, em menos de dez minutos diante da magistrada justificou o seu silêncio e se limitou a argumentar: “Juro por Deus que não encostei a mão em um fio de cabelo do Henry”.

Monique Medeiros: no momento em que a mãe da criança morta ganha o direito à prisão domiciliar, no dia 5 de abril
Monique Medeiros: no momento em que a mãe da criança morta ganha o direito à prisão domiciliar, no dia 5 de abril (Alexandre Cassiano/Agência O Globo)

No final de janeiro, a equipe de defesa de Jairinho passou por uma reviravolta. O experiente criminalista Braz Sant’Anna deixou o caso, uma semana depois de a advogada Flávia Fróes – contratada pela família do ex-vereador para fazer uma investigação paralela do caso – ser acusada por Monique de tê-la visitado ainda na prisão e feito ameaças. A nova banca tentou adiar a audiência de instrução de 9 de fevereiro, o que foi negado pela Justiça do Rio. Em 22 de março, a defesa de Jairinho sofreu nova derrota, quando a 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio negou um pedido de liberdade para o vereador cassado. Agora em 1º de maio, os advogados do ex-parlamentar recuaram, curiosamente, e protocolaram no TJ um pedido de desistência de outro pedido de habeas corpus.

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Henry Borel, assassinado na madrugada de 8 de março: menino completaria 6 anos na terça (3)
Henry Borel, assassinado na madrugada de 8 de março: menino completaria 6 anos na terça (3) (Arquivo pessoal/VEJA)

O movimento aconteceu dez dias após a juíza Elizabeth Louro ter informado, em resposta a um ofício requisitório da defesa do ex-vereador, o desembargador Marcius da Costa Ferreira, da 7ª Câmara Criminal do TJ-RJ que “jamais em 25 anos de carreira, deparei-me com postura processual remotamente semelhante a esta”. No documento, a magistrada ainda diz que a equipe de advogados “opera como se fosse este o único processo a cargo deste juízo e serventia, impondo a esta magistrada uma atuação estafante e gerando um quadro absolutamente tumultuário no andamento do feito”. A expectativa é que o padrasto e a mãe de Henry sejam julgados ainda este ano.

Jairinho ainda é suspeito de ter torturado duas crianças, na época na mesma faixa etária de Henry, filhas de ex-namoradas.

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