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Carta ao Leitor: Uma luta permanente

O governo atual está no caminho correto, mas é preciso fazer muito mais pela Amazônia

Por Da Redação Atualizado em 29 mar 2024, 11h34 - Publicado em 29 mar 2024, 06h00

Na visita ao Brasil realizada no começo da semana, o presidente da França, Emmanuel Macron, fez questão de colocar a Amazônia num patamar especial. Logo na chegada, foi a Belém, cidade que se prepara para sediar a COP30 em 2025. De lá, viajou de barco até a Ilha do Combu para ver de perto um exemplo de produção orgânica de cacau. A prioridade da agenda do mandatário do país europeu tem um forte simbolismo: ela reforça o interesse que o Brasil desperta na comunidade internacional nas questões ligadas ao meio ambiente. Até pouco tempo atrás, tamanha atenção vinha acompanhada de uma grande angústia, na esteira da repercussão lá fora dos grandes problemas enfrentados pelo bioma, agravados pela gestão irresponsável de Jair Bolsonaro, a ponto de importantes acordos de financiamento de nações estrangeiras para ajudar na preservação acabarem sendo interrompidos. Eram tempos também em que madeireiros e garimpeiros, muitos atuando na ilegalidade, ficaram empoderados, enquanto a fiscalização do Ibama sofria com uma política de permanente desmoralização. Chegou-se ao cúmulo de o então titular do Meio Ambiente, Ricardo Salles, criticar duramente agentes federais que impediram uma megaoperação de contrabando de madeiras.

CRÉDITO - Marina e Lula: recuperação da credibilidade
CRÉDITO - Marina e Lula: recuperação da credibilidade (Ricardo Stuckert/.)

Com a mudança de governo, havia uma expectativa de guinada radical nessa área. Em viagens ao exterior, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, passaram a enfatizar que a preservação da Amazônia ocupa lugar de destaque na agenda nacional. Do discurso passou-se à prática, com a recuperação gradativa do poder de fiscalização do Ibama, o que ajudou na redução do ritmo de destruição da Amazônia. Ocorre que, infelizmente, ainda são avanços tímidos perto do tamanho do desafio — e ele cresceu de forma assustadora após décadas e décadas de acúmulo de adversidades geradas em boa parte pela omissão do poder público.

Como mostra reportagem da edição, mesmo com o recuo, a taxa de desmatamento ainda é muito alta. Um estudo recente publicado na revista Nature alertou que a Amazônia encontra-se à beira do colapso, com o risco de perder sua capacidade de regeneração caso esse processo não seja revertido. Outros problemas também vão ganhando contornos cada vez mais graves — do comércio ilegal das riquezas do bioma (agora, com a participação do crime organizado) à sobrevivência dos povos originários, sendo que a maior ameaça hoje recai sobre os ianomâmis. O governo atual está no caminho correto, mas é preciso fazer muito mais. Não é uma luta apenas dos brasileiros. O mundo inteiro torce para que o país vença essa batalha pela preservação, como demonstra a visita de Macron.

Publicado em VEJA de 29 de março de 2024, edição nº 2886

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