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Cariocas são minoria em desfiles da Fashion Rio

Por Da Redação
13 jan 2012, 18h08

Por Roberta Pennafort

Rio de Janeiro – Entra inverno, sai verão, e as cariocas continuam minoria nos desfiles em sua cidade. Para cada dez de outros Estados – especialmente do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e São Paulo -, há apenas uma modelo do Rio, nas contas das agências locais. O motivo: a seleção é feita em São Paulo, onde se concentram os profissionais que fazem girar a indústria da moda (inclusive as modelos) e já se fecham os desfiles da São Paulo Fashion Week, que começa quinta-feira que vem.

Nas edições de inverno, como esta, as meninas do Rio perdem a vez também por serem consideradas bronzeadas demais, ao contrário das concorrentes do Sul, descendentes de alemães e italianos e que não se expõem ao sol na praia. Tem mais: elas ouvem que não são suficientemente magras. “Se vestir 38, já está sendo considerado gorda. O que mais se vê são (manequins) 36 e 34. Duas modelos minhas foram barradas por terem peito e bumbum e por estarem morenas. As gostosas e bronzeadas são mais selecionadas no Fashion Rio de verão (em junho), porque magreza extrema não fica bem de biquíni”, diz Sérgio Mattos, da agência carioca 40 graus.

Descobridor de Daniella Sarahyba, garota de Ipanema, de tipo violão, e da musa potiguar Fernanda Tavares, além de Ana Beatriz Barros e Isabeli Fontana, “bonitas demais” numa época em que se valorizava o rosto exótico, ele reclama há muitas estações. “Todo Fashion Rio é isso, é puro preconceito contra as cariocas. Tem menina que desfila em Nova York e aqui dizem que está muito morena”, diz Mattos. Os responsáveis pelos eventos negam que haja qualquer discriminação. Entre as modelos, a regra é usar filtro solar 24 horas por dia, para evitar qualquer marca de sol que lhes feche portas.

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Curiosamente, essa temporada tem mais nomes do ensolarado Nordeste. Um destaque, que destoa do padrão branquelo, é a “new face” (novo rosto) baiana Marina Nery, de 17 anos e imensos olhos verdes, escolhida para metade dos desfiles. “A Adriana Lima (baiana que chegou a angel da Victoria’s Secret) abriu o caminho. As agências têm ido mais ao Nordeste procurar modelos”. Em 2011, Marina não teve residência física – “morei dentro da minha mala”. Esteve em Nova York, Paris e São Paulo, restando à família somente um mês em sua companhia.

A argentina Sofia Krawczyk, de 18 anos, é a cara (e o corpo) da estação de inverno: bem branca, bem loura e de olhos muito azuis. Ela desfila no Rio pela terceira vez, mas ainda não conseguiu ir à praia – não tem tempo e não pode se bronzear. Quando anunciou aos amigos de Buenos Aires que teria uma semana no Rio, causou inveja. “Achei que iria ver a cidade dessa vez… Vou voltar sem nada para contar”. Sofia viu a cidade pelo vidro da van usada nos deslocamentos hotel-Pier Mauá.

Hoje (13), os desfiles começaram com Walter Rodrigues, que incorporou o preto-e-branco do longa alemão “A Fita Branca”, Oscar de filme estrangeiro de 2010. Outra referência foi o vestuário das comunidades religiosas amish norte-americanas. Ora de chapéus-touca (de cetim, veludo e renda), ora de lenços na cabeça, as modelos, propositalmente masculinizadas, de coturno e quase nenhuma pele à mostra, usaram muito preto, branco, cinza, vermelho e azul royal. Calças e saias de tecidos leves, como crepe, tricoline e seda, foram misturados a casacões e capas.

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