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Cardozo cobra identificação das vítimas da ditadura

Por Da Redação
23 jul 2012, 20h04

Por Fábio Fabrini

Brasília – O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, cobrou explicações à Polícia Federal sobre a identificação de corpos de vítimas da ditadura. Pressionado por críticas ao trabalho da corporação, responsável por fazer exames de DNA em ossadas de possíveis desaparecidos e auxiliar nas buscas, ele informou que aguarda esclarecimentos para se posicionar sobre o caso e tomar eventuais providências.

Ofício da Comissão da Verdade ao ministro pede informações sobre o estágio das expedições e dos testes em corpos, além dos resultados já obtidos. O motivo é documento do Ministério Público Federal (MPF), revelado pelo Grupo Estado nesta segunda, com acusações à Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência e à Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos. A PF é parceira dos dois órgãos no trabalho de identificação.

O relatório menciona as dificuldades para encontrar mortos e desaparecidos nos cemitérios de Vila Formosa e Dom Bosco, no bairro de Perus. Separadas em 1990, 1.049 ossadas estão desde 2001 no Cemitério do Araçá (SP), sem qualquer tipo de exame.

O MP cita os casos de Hiroaki Torigoe, que, apesar da indicação das ossadas, não entrou na pauta da comissão; e Aylton Mortati, cujos restos mortais aguardam a finalização de testes antropológicos e de DNA desde 2010. Cópia do relatório foi enviada a Cardozo, mas ele alegou nesta segunda, por sua assessoria, que seria precipitado se pronunciar sem ouvir a Polícia Federal.

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Presidente do Grupo Tortura Nunca Mais no Rio de Janeiro, grupo formado por familiares de vítimas da ditadura, Vitória Grabois diz que tem faltado vontade política para dar à comissão e seus parceiros melhores condições. “Ela existe desde 1995 e fez muito pouco. No princípio, trabalhou exaustivamente para a indenização de famílias. Mas nunca teve pessoal suficiente para trabalhar (em buscas e identificação), apesar da boa vontade dos integrantes”, comentou.

Irmã de Antonio Theodoro de Castro, o Raul, morto na Guerrilha do Araguaia, Maria Eliana Castro elogia o empenho e a qualidade do trabalho dos técnicos encarregados das expedições voltadas à localização de ossadas. Mas reclama que o governo só começou a dar atenção ao assunto após sofrer condenações internacionais.

Em 2010, a Corte Internacional de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) ordenou que o Brasil investigasse e punisse os responsáveis pela matança na guerrilha. “Só foram mexer agora (com os casos), após essas decisões. Os técnicos e a Comissão (de Mortos e Desaparecidos) dependem de ordem política para executar suas funções. Não podem ter verba, se não for autorizado”, afirmou.

A PF não se pronunciou nesta segunda. A SDH reiterou que só vai comentar as críticas depois de receber o relatório do MPF.

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