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Cardeal está entre pessoas que vazaram documentos; Vaticano desmente

Por Alberto Pizzoli
28 Maio 2012, 13h36

Um cardeal está entre as pessoas que vazaram documentos secretos da Santa Sé e teria sido o responsável de manipular Paolo Gabriele, o mordomo do Papa Bento XVI detido na quarta-feira, que seria apenas um executor, indicou nesta segunda-feira a imprensa italiana.

“Um cardeal guiou o ‘corvo’ (a pessoa que vazou os documentos)”, era a manchete do jornal romano Il Messaggero, enquanto o grande jornal milanês Corriere della Sera indicou que havia “um cardeal entre os informantes anônimos”.

O Vaticano, por sua vez, desmentiu oficialmente a presença de um cardeal entre os responsáveis por vazar os documentos secretos, através de uma declaração do porta-voz do Papa, o padre Federico Lombardi,

“Desminto categoricamente que se suspeite de um cardeal, italiano ou não”, declarou Lombardi à imprensa.

“Nenhum cardeal italiano está sendo investigado e, muito menos, uma mulher, como escreveu a imprensa”, explicou, acrescentando que “os interrogatórios prosseguem. Muitas pessoas foram interrogadas na Cúria e nos vários dicastérios (ministérios) pela comissão de cardeais formada pelo Papa”.

A guarda do Vaticano prendeu Gabriele e encontrou documentos confidenciais em sua casa, aproximadamente um mês depois da criação de uma comissão de investigação para esclarecer as indiscrições que desde janeiro afetam o pequeno Estado.

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Um livro publicado há oito dias na Itália contém um número sem precedentes de documentos confidenciais sobre diversos debates internos do Vaticano, como a situação fiscal da Igreja ou os escândalos de pedofilia dentro do movimento dos Legionários de Cristo.

Estes documentos revelam as disputas e rancores que existem entre diversos cardeais e autoridades, que acusam uns aos outros e depois recorrem ao Papa para dirimir os conflitos.

Um dos informantes anônimos, interrogado pelo periódico La Repubblica, considera que a pessoa que organizou os vazamentos “atua em favor do Papa”.

“O objetivo dos autores anônimos é revelar a corrupção que existe na Igreja nos últimos anos”, segundo esta fonte.

“Os verdadeiros cérebros são os cardeais. E depois há monsenhores, secretários e peixes menores”, acrescentou.

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Entre os infiltrados, “estão os que se opõem ao cardeal secretário de Estado Tarcisio Bertone, os que pensam que Bento XVI é muito fraco para dirigir a Igreja, e os que acham que é o momento oportuno para se destacar”, disse a mesma fonte anônima.

Segundo esta pessoa, citada pelo Repubblica, o Papa sentiu muito a destituição na quinta-feira do presidente do banco do Vaticano IOR, Ettore Gotti Tedeschi, a quem apreciava muito, a ponto de chorar, passando a reagir com raiva, dizendo que “a verdade virá à tona”.

Gotti Tedeschi foi destituído por sua gestão, mas também, segundo fontes vaticanas, porque havia divulgado fora da Santa Sé alguns documentos relativos ao banco.

Segundo os especialistas italianos em assuntos vaticanos citados pela imprensa, o mordomo Paolo Gabriele, um homem que sempre se mostrou muito apegado ao Papa, não parece ser capaz de organizar sozinho o vazamento coordenado de documentos, batizado de “Vatileaks”.

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