O Sistema Cantareira, que abastece cerca de 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo, registrou nesta terça-feira a primeira queda no volume de água armazenado em 85 dias. A redução ocorre dois dias antes da data estimada como início do período de estiagem, dia 30 de abril, conforme informado à Justiça Federal em ação que tentava preservar quantidade de água equivalente a pelo menos 10% do volume útil original do Cantareira, uma garantia de abastecimento durante a temporada de seca, que costuma durar até outubro.
O volume só foi garantido com o bombeamento de duas cotas de volume morte que injetaram nas represas 287,5 bilhões de litros. Segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o volume de água caiu de 20,1% para 20% do original nesta terça. O porcentual considera apenas a quantidade de água armazenada em relação à capacidade original do Cantareira, 982 bilhões de litros.
Porém, quando se considera o volume útil em relação a todo o que foi usado (soma dos volumes mortos com o original), a taxa permanece negativa: – 9,2%, um ponto porcentual a menos que na segunda-feira. Isso significa que o Cantareira precisaria acumular 90,7 bilhões de litros para “devolver” toda a água aos dois volumes mortos e atingir o nível zero.
A última vez que o sistema havia registrado queda foi em 1º de fevereiro, quando, com ajuda de água do volume morto, chegou a 5% de sua capacidade original, ante 5,1% no dia anterior. Desde então, o sistema se recuperou impulsionado por chuvas acima da média em março, mas nos últimos dias, sem chuva, chegou a ficar estável por sete dias. A dois dias do fim de abril, o Cantareira registrou praticamente metade da chuva histórica para o mês: acumulou 45,1 mm ante uma média de 89,8 mm.
Vídeo: a alternativa da Sabesp para aliviar o Cantareira
Sabesp quer ampliar captação de novo sistema para recuperar Cantareira
(Da redação)