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Sabesp quer ampliar captação de novo sistema para recuperar Cantareira

Futuro Sistema São Lourenço poderá tirar 500.000 pessoas da área de cobertura do Cantareira; conclusão das obras está prevista para 2017

Por Da Redação
20 abr 2015, 08h23

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) quer ampliar em 36% a captação de água prevista no futuro Sistema São Lourenço, em construção há um ano no Vale do Ribeira, para tirar mais 500.000 pessoas da área de cobertura do Cantareira. A conclusão da obra está prevista para outubro de 2017 e é vista como mais uma alternativa para ajudar a recuperar o manancial.

A estatal já fez pedido aos órgãos reguladores estadual e federal para aumentar a outorga que libera a retirada de água do São Lourenço dos atuais 4.700 litros por segundo para 6,4 mil l/s e, assim, conseguir levar a água captada na Represa Cachoeira do França, em Ibiúna, a 83 quilômetros da Grande São Paulo, até o município de Osasco, que hoje ainda é abastecido parcialmente pelo Cantareira.

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Pela proposta original, a obra orçada em 2,2 bilhões de reais e executada por meio de Parceria Público-Privada (PPP), vai atender 1,5 milhão de pessoas em sete cidades da zona oeste da Grande São Paulo: Barueri, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Santana de Parnaíba e Vargem Grande Paulista. “Com esse acréscimo daria para chegar até Osasco e atender mais 500.000 pessoas”, diz Silvio Leifert, superintendente de Gestão de Empreendimentos da Sabesp.

Cálculos feitos pela companhia mostram que, se o plano der certo, será possível reduzir em mais 5,3 mil l/s a vazão do Cantareira para a Grande São Paulo, volume equivalente a 38% do que a Sabesp produz hoje no manancial e suficiente para abastecer cerca de 1,6 milhão de pessoas. Essa água poderia ser remanejada para outras regiões ou mantida nas represas para ajudar na recuperação do manancial. Os sistemas Alto e Baixo Cotia e Guarapiranga também serão beneficiados.

A medida, contudo, abre uma nova frente de disputa do governo Geraldo Alckmin (PSDB) por água. Agora, com a empresa Votorantim Energia, que usa a mesma represa em Ibiúna para gerar energia para a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA). Ocorre que a concessão feita pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) à usina da Votorantim e que prevê o direito de reversão de até 4,7 mil l/s de água do reservatório para abastecimento público vence em junho de 2016.

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“Como a gente só vai operar o sistema após a nova concessão, nós já pedimos à Aneel, por meio do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo), que no próximo período conste que 6,4 (mil l/s) sejam destinados para abastecimento público. Assim, ela (Votorantim) já sabe que o potencial energético será menor”, disse Leifert. Procurada pela reportagem, a Votorantim não comentou as declarações.

O superintendente da Sabesp explica que para aumentar a produção do São Lourenço não será preciso ampliar a construção, mas apenas operar o sistema durante 24 horas por dia. No projeto original, a vazão de 4,7 mil l/s seria produzida durante 19 horas, sendo paralisada no horário de pico, entre 17h a 22h, porque nesse período a tarifa de energia é mais cara para o setor.

Obra – Sétimo grande manancial a atender a Grande São Paulo, o São Lourenço é a primeira obra desse porte em mais de 20 anos. O último sistema de abastecimento construído pelo governo foi o Alto Tietê, em 1993. A nova construção teve início no dia 10 de abril de 2014, após dois anos de atraso. Segundo a Sabesp, hoje são 14 frentes de obras para executar uma estação de tratamento de água, que ficará em Vargem Grande, estações de bombeamento, reservatórios e 83 quilômetros de adutoras, das quais 2,1 quilômetros foram concluídas. “A gente sabe que é uma meta desafiadora, mas o objetivo é realmente concluir as obras no final de outubro de 2017”, disse Leifert.

Com a longa estiagem no Cantareira, a obra que parecia ser uma solução a longo prazo para a região metropolitana vai ganhando cada vez mais importância. Nos estudos feitos pela Sabesp em 2008 para a construção do São Lourenço, previa-se que o novo sistema garantiria a segurança hídrica da Grande São Paulo por 15 anos. Com a crise, porém, as estimativas foram superadas e agora o governo corre contra o tempo para buscar outras fontes de abastecimento, como a ligação da Represa Billings com o Alto Tietê, prevista para este ano, e a transposição da Bacia do Rio Paraíba do Sul para o Cantareira, para 2016.

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(Com Estadão Conteúdo)

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