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Canibais: homem pega 23 anos de prisão e mulheres, 20

Jorge Beltrão Negromonte, de 52 anos, foi condenado a 23 anos e quatro meses de reclusão; a amante dele, Bruna Cristina da Silva, 28, e a mulher Isabel Cristina Pires, de 53, receberam pena igual de 20 anos e quatro meses cada

Por Da Redação
14 nov 2014, 20h43

O tribunal do júri condenou nesta sexta-feira Jorge Beltrão Negromonte, de 52 anos, a 23 anos e quatro meses de prisão por práticas de canibalismo e pelo homicídio quadruplamente qualificado, vilipêndio e ocultação de cadáver da moradora de rua Jéssica Camila da Silva, de 17 anos. Sua mulher, Isabel Cristina Pires, de 53 anos, e a amante dele, Bruna Cristina da Silva, de 28, foram condenadas a 20 anos e quatro meses de detenção cada pelos mesmos crimes. O crime ocorreu em maio de 2008, em Olinda, na Região Metropolitana de Recife.

Realizado no fórum de Olinda, o julgamento, iniciado na manhã desta quinta-feira, durou cerca de 40 horas. Nesta sexta, a promotoria e os advogados de defesa protagonizaram a fase dos debates. A promotora Eliane Gaia afirmou que há provas suficientes que atestam a “crueldade” e a “frieza” dos réus na execução dos delitos. “Julgamos crimes dos mais terríveis, mas nunca um caso de canibalismo. Nunca vimos um caso de um humano comendo a carne de outro ser humano. E fizeram isso com frieza, sem piedade da vítima”, disse a promotora, segundo o jornal Diário de Pernambuco.

Durante a explanação, Eliane chamou Bruna de “canibal feliz”, porque a ré abriu um sorriso irônico enquanto ela falava. A promotora também destacou o semblante de Negromonte, que permaneceu sem expressão e de cabeça baixa durante todo o julgamento. Já Isabel, visivelmente alterada, chegou a interromper a promotora algumas vezes.

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Eliane também rechaçou a justificativa apresentada pelos réus de que os crimes foram cometidos como ritual de uma seita criada por eles próprios. Segundo a promotora, eles inventaram isso para levantar a hipótese de que sofriam de distúrbios mentais. “Eles disseram: matei, vilipendiei e ocultei. Não são loucos, já é provado. Os laudos nos mostram claramente eles dizendo em qual local ocultaram a vítima. Eles acharam que estavam fazendo a coisa certa. É a verdade deles. Ou seja: eles não são loucos”, afirmou a promotora.

O tempo de explanação da defesa foi dividido entre os três advogados que trabalham para cada réu. A primeira a falar, a defensora pública Tereza Joacy, que defende Negromonte, tentou convencer os jurados de que ele sofre de esquizofrenia, citando os remédios tomados por ele e a sua passagem em instituições psiquiátricas.

Por sua vez, os advogados de Isabel e Bruna tentaram minimizar a partipação das duas no crime, afirmando que Negromonte exercia uma forte influência sobre elas. O objetivo deles era atenuar a pena aplicada às duas mulheres.

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Durante o interrogatório nesta quinta-feira, os réus confessaram os crimes e se disseram arrependidos. Negromonte classificou os seus atos como “monstruosos”, e Bruna comparou as cenas do assassinato de Jéssica com a do filme de terror Jogos Mortais. Eles também chegaram a dizer que o gosto da carne humana é igual ao da bovina.

O grupo também é acusado pela morte de mais duas mulheres em Guaranhuns, no interior de Pernambuco, mas o julgamento referente a esse processo ainda não tem data marcada. Neste caso, os réus são suspeitos de venderem empadas e coxinhas recheadas com a carne das vítimas pelas ruas da cidade interiorana.

Entenda o caso – Em 2008, o grupo atraiu a moradora de rua, que na época tinha uma filha de 1 ano, oferendo-lhe abrigo e um trabalho de empregada doméstica. Como não tinha condições biológicas de ter filhos, o casal Negromonte e Isabel planejava roubar a menina. Segundo a investigação da polícia, Jéssica foi imobilizada no banheiro da casa, e em seguida levou um corte de faca na jugular. Todo o seu sangue foi retirado com a ajuda de um garrote. Depois, seu corpo foi esquartejado e a pele retirada. A carne foi fatiada e guardada na geladeira. No dia seguinte, foi ingerida grelhada, temperada com sal e cominho. A criança também comeu da carne da mãe. O resto foi enterrado em forma de cruz no quintal.

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Com Jéssica morta, a terceira integrante do grupo, Bruna, assumiu a identidade da vítima e passou a cuidar da menina. O assassinato da jovem só foi descoberto depois de a polícia prender o trio pela morte das duas mulheres em Guaranhuns, em 2012, e encontrarem com eles a criança, que tinha, então, cinco anos – na ocasião, ela foi entregue ao Conselho Tutelar.

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