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Brumadinho: MP diz que tragédia poderia ter sido evitada; mortes vão a 200

Promotora diz que há convicção sobre conhecimento de risco em barragem desde ao menos 2017; 108 ainda são considerados desaparecidos

Por Da Redação Atualizado em 12 mar 2019, 16h37 - Publicado em 12 mar 2019, 01h36
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  • A promotora de Justiça do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), Paula Ayres Lima, declarou, nesta segunda-feira, 11, que a força-tarefa que investiga o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, ocorrido no fim de janeiro, já tem convicção de que a tragédia poderia ter sido evitada. No mesmo dia, o número de mortes confirmadas na tragédia chegou a 200, restando ainda 108 desaparecidos.

    Em entrevista realizada em Belo Horizonte, na tarde desta segunda-feira, Ayres Lima afirmou que já há convicção entre os vários órgãos que participam das apurações de que foi um crime doloso, já que havia conhecimento desde 2017 sobre a situação da barragem e nada foi feito.

    “Nenhuma providência prática foi tomada. Nem o Plano de Ação Emergencial, que não teria evitado o rompimento, mas teria evitado a catástrofe humana, foi adotado”, disse, lembrando que há informações sobre uma tentativa de se resolver o problema, mas que não deu certo e foi abandonada. “Tudo indica que eles teriam que parar a produção e ficou-se sempre buscando uma solução que evitasse parar a operação”, completou.

    Segundo a promotora, cerca de dezoito pessoas estão sendo investigadas, mas a força-tarefa não iniciou ainda a tipificação de todos os crimes associados ao rompimento da estrutura. O presidente afastado da companhia, Fábio Schvartsman, não foi ouvido ainda.

    “Essa investigação é um quebra-cabeça de milhões de peças e todas as peças têm se mostrado importantes. Há um conjunto de provas que está permitindo que a gente já faça algumas conclusões”, disse, frisando que a tipificação legal pode levar o grupo a apontar crimes contra a fauna, a flora, além das mortes.

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    Para a promotora, não se pode atribuir a culpa à empresa. “A Vale é uma pessoa jurídica. O que a gente vê é que os funcionários que lidavam ali no dia a dia, principalmente aqueles que tiveram mandado de busca e apreensão, não fizeram nada”,completou. “É mais que omissão isso. É uma omissão muito sabida. Eles tinham consciência que existia um risco”, disse.

    Procurada, a Vale ainda não se pronunciou sobre o conteúdo da entrevista.

    200 mortes são confirmadas

    O número de mortes confirmadas por causa do rompimento da barragem de rejeitos de mineração da Vale em Brumadinho (MG) no fim de janeiro chegou a 200, informou a Defesa Civil de Minas Gerais nesta segunda-feira.

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    Segundo a Defesa Civil mineira, ainda existem 108 pessoas desaparecidas após o rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, que atingiu um centro administrativo da Vale, um refeitório onde empregados da empresa almoçavam e uma pousada.

    A onda de lama liberada pelo rompimento da barragem também devastou boa parte da cidade de Brumadinho no dia 25 de janeiro.

    (Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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