Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Brasil tem papel controverso na COP28

País dá bom exemplo com os avanços na Amazônia e decepciona ambientalistas com entrada na Opep+

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 dez 2023, 19h49 - Publicado em 5 dez 2023, 19h19
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O Brasil chegou com duas boas cartas na manga para a maior mesa de apostas climáticas, a 28ª Conferência Climática das Nações Unidas, em Dubai, que tem como objetivo encontrar saídas para limitar a elevação da temperatura global. O presidente Lula conseguiu atrair a simpatia de representantes de órgãos importantes de proteção ambiental ao mostrar esforços positivos na diminuição da devastação da Amazônia e propor a criação do fundo de proteção às florestas do mundo. Em um ano em que o clima deu mostras do que pode fazer caso as temperaturas passem dos dois graus, os posicionamentos tiveram um peso maior que nos anos anteriores.

    A credibilidade de Lula, no entanto, ficou abalada no momento em que o presidente anunciou a decisão contraditória de ingressar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+), compactuando com o contínuo desenvolvimento dos combustíveis fósseis, o maior vilão do aquecimento, responsável por 75% das emissões de gás do efeito estufa.

    O novo alinhamento do país soou contraditório, principalmente durante o evento mais importante do clima. “Os combustíveis fósseis são o principal problema”, diz Natalie Unterstell, do Instituto Talanoa. Lula sabe disso. Também sabe que o Brasil ainda nem determinou quando e como será a transição para uma energia mais sustentável, mas tenta se alçar a líder do movimento climático para deter o aquecimento acima do 1,5 grau. “Como gerenciar essa liderança entre os maiores produtores de petróleo do mundo?”, questiona Natalie. Mesmo sem deixar qualquer pista de qual seria a resposta para essa charada, Lula deixou claro que o país está mais comprometido com as questões ambientais.

    Isso se revela na prática, com a diminuição do desmatamento da Amazônia em 22,3%. Enfim, trata-se do primeiro avanço registrado nos últimos cinco anos, período que o Brasil bateu sucessivos recordes de desmatamento, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas. O anúncio deu respaldo para que o presidente Lula colocasse na mesa a proposta da criação do fundo de preservação florestal do planeta, que beneficia 80 nações. A ideia foi bem-recebida pela maioria dos ambientalistas, pois o principal ativo é a floresta em pé. A proposta remunera e beneficia quem conserva e faz com que o preço do desmatamento fique mais alto. “Sem natureza, não vamos vencer o desafio”, lembra Marcelo Furtado, membro do Grupo Estratégico da Coalizão Brasil e diretor da Nature Finance.

    Outros pontos positivos podem nascer da  proposta do fundo, como “direcionar importantes recursos aos países de florestas tropicais, em especial aos povos indígenas e comunidades locais, grandes guardiões destas florestas”, diz Maurício Voivodic, diretor executivo do WWF-Brasil. Ao financiar a floresta em pé – e não por cálculos de créditos de carbono, por exemplo –, o fundo dificulta o desvio de verbas e até mesmo a lavagem de dinheiro.  Vale ressaltar que a destruição planetária desse bioma é mundial. Nos trópicos, a perda de florestas primárias, em 2022, foi 10% superior ao registrado no ano anterior, época da assinatura da Declaração Global de Florestas na COP de Glasgow, na Escócia. Apesar da entrada na OPEP, o Brasil deixa o recado que dá, sim, para mudar esse panorama.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.