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Batalha pelo tesouro de ‘Nossa Senhora das Mercedes’ chega a Gibraltar

Por Por Roland Lloyd Parry
1 abr 2012, 12h32

A batalha judicial pelo tesouro da fragata espanhola “Nossa Senhora das Mercedes” chegou a Gibraltar, onde descendentes latino-americanos dos proprietários da mercadoria naufragada lutam para obter da Espanha parte das moedas de ouro e prata.

O território sob a administração britânica entrou na disputa entre a Espanha, os caçadores de tesouro dos Estados Unidos e alguns países da América Latina, em um caso que remonta ao império espanhol.

Mathilde Daireaux Kinsky, uma argentina residente na Colômbia, afirma que parte da carga do navio “Nossa Senhora das Mercedes”, afundado pelos ingleses durante uma batalha naval em 1804, pertencia a seu antepassado Diego de Alvear e Ponce de León.

Este general espanhol, responsável pelos territórios da América, não estava a bordo do navio, mas perdeu no naufrágio a sua esposa e sete filhos, além de seu precioso ouro, explicou Daireaux à AFP.

“Nossa motivação não é o dinheiro, procuramos respeitar a memória dos meus familiares que morreram a bordo do Mercedes”, disse esta mulher de 49 anos, uma das seis descendentes que reivindicam o tesouro nos tribunais de Gibraltar.

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A Odyssey Marine Exploration, uma empresa americana especializada em busca de navios naufragados no mar, encontrou o tesouro, moedas de ouro e prata cunhadas em territórios latino-americanos, no fundo do mar de Portugal em 2007.

A companhia transportou a maior parte do tesouro para a Flórida, mas um tribunal americano concedeu, no mês passado, o direito das 23 toneladas de moedas e outros objetos avaliados em 350 milhões de euros (470 milhões de dólares) ao governo espanhol, que o levou para Madri.

Mas centenas de ouro e prata permanecem bloqueados, afirma Daniel Feetham, um advogado dos queixosos.

“Os descendentes apresentaram uma queixa na Suprema Corte de Gibraltar, e há uma liminar para impedir que as moedas deixem a jurisdição”, explicou.

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“Muitas pessoas confundem a importância desses bens porque são moedas. Mas não, tudo isso é patrimônio espanhol, cultural e histórico e, portanto, tudo é importante para os nossos propósitos”, disse uma fonte do Ministério da Cultura Espanhol.

O tribunal americano determinou que o tesouro pretencia a Espanha pelas leis de soberania, mas os descendentes insistem no fato de que o navio era comercial e que trasportava uma carga pertencente aos seus antepassados.

Paradoxo do destino, dois séculos depois da Grã-Bretanha afundar o “Nossa Senhora das Mercedes”, e seus ancestrais com ele, estes descendentes colocam suas esperanças em um tribunal de território britânico.

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