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Barco à deriva com 25 africanos é resgatado no litoral do Maranhão

Grupo tinha homens de cinco países – Senegal, Nigéria, Guiné, Serra Leoa e Cabo Verde; dois brasileiros que estavam na embarcação serão investigados pela PF

Por Da Redação Atualizado em 20 Maio 2018, 19h36 - Publicado em 20 Maio 2018, 19h12

Um barco pesqueiro com 25 africanos e dois brasileiros que ficou à deriva em alto-mar foi resgatado na noite deste sábado, 19, na cidade de São José de Ribamar, na região metropolitana da capital São Luís, no Maranhão. A Polícia Federal investiga se o transporte do grupo está associado a alguma prática criminosa.

Segundo o governo do Maranhão, havia africanos de cinco nacionalidades: Senegal, Nigéria, Guiné, Serra Leoa e Cabo Verde. O grupo desembarcou no cais de São José de Ribamar, após operação conjunta com a Marinha e a PF. “As primeiras providências foram tomadas ainda no cais, onde foram realizados os primeiros atendimentos médicos e servidas refeições”, diz o governo do Maranhão, em nota. “A equipe multidisciplinar do Centro Estadual de Apoio às Vítimas (Ceav) também esteve prestando apoio psicológico.”

A PF também avalia a situação jurídica dos resgatados, afirma a nota. Após liberação médica, o grupo foi encaminhado para o Ginásio Costa Rodrigues, em São Luís. “Seguem assistidos pela Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), em caráter temporário, até que os procedimentos realizados pela Polícia Federal sejam finalizados”, diz o governo estadual.  A documentação dos resgatados e o pedido de refúgio serão analisados pelo Ministério da Justiça.

Os resgatados são homens com idades entre 19 e 35 anos em busca de trabalho e melhores condições de vida. Eles teriam ficado 35 dias à deriva no mar em uma embarcação precária. De acordo com o secretário de Direitos Humanos do Maranhão, Francisco Gonçalves, a maioria deles tinha quadro de desidratação e pressão alta.

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“No governo do estado do Maranhão, a pedido do governo federal, nós estamos colaborando com as ações humanitárias, conforme prevê a legislação internacional, no que diz respeito à saúde, alimentação e abrigo, local para eles dormirem, até que a autoridade federal defina a situação deles no Brasil”, diz o secretário.

Transporte ilegal

Os dois brasileiros resgatados foram presos em flagrante pela Polícia Federal e serão processados por transporte internacional ilegal de pessoas. O delegado da PF Francisco Robério Chaves conta que o destino dos africanos era Natal (RN). De lá, eles seguiriam para o Rio de Janeiro e para São Paulo, em busca de emprego. “Eles vieram tentar a sorte, encontraram lá um intermediário e pagaram cerca de mil euros para fazer esse trajeto.”

A PF investiga se os brasileiros agiam como “coiotes”, intermediando a entrada ilegal de imigrantes no país em troca de dinheiro. Conforme nota da PF, o condutor do pesqueiro, Raimundo Lima Patrício, informou que os estoques de alimentos e água da embarcação à deriva também tinham acabado.

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A embarcação teria passado mais de uma semana à deriva e foi avistada por um barco de pesca do Ceará. O pesqueiro rebocou o barco até o litoral do Maranhão e acionou a Capitania dos Portos. Em nota, a Marinha relatou que, na manhã de sábado, tomou conhecimento de que uma embarcação estrangeira, supostamente de bandeira haitiana, estaria à deriva a 60 milhas náuticas (cerca de 110 km) de São José do Ribamar. Um sobrevoo realizado pelo Comando Tático Aéreo da Polícia Militar, no entanto, não encontrou a embarcação.

No meio da tarde, foi acionado um reboque para sair em busca do barco e seus tripulantes. Por volta das 19h, a Capitania foi informada de que o pesqueiro Tampinha 1, com registro no Ceará, tinha auxiliado os imigrantes do catamarã Rossana com alimentos e água e estava rebocando o barco. A embarcação foi levada para o cais de São José do Ribamar.

(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

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