Bancada do PT no Senado afina discurso sobre mínimo
Nelson Barbosa, secretário-executivo da Fazenda, e Luiz Sérgio, ministro das Relações Institucionais, defenderam aprovação de mínimo de 545 reais
Na véspera da votação do novo valor do salário mínimo, a bancada do PT no Senado se reuniu com representantes do governo federal. A exemplo do que aconteceu na Câmara, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, explicou aos parlamentares a necessidade da aprovação de um benefício no valor de 545 reais. O ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, também participou do encontro para cobrar lealdade da bancada.
Barbosa alegou que a proposta do PSDB, que pede um mínimo de 600 reais, é irreal: “Esse valor poderia colocar em risco a estabilidade das contas públicas”. Luiz Sérgio, por sua vez, defendeu a fórmula aplicada pelo governo para calcular o valor do benefício, e que leva em conta a inflação do ano anterior e o Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes: “A lei tem que ter credibilidade, não improvisação”.
O senador Paulo Paim (PT-RS), que defende um mínimo de 560 reais para 2011, evitou a divergência: apenas elogiou a fórmula adotada pelo governo e pediu uma política de valorização das aposentadorias.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-CE), já dá como certa a obediência do colega gaúcho.”Por todo o trabalho que foi feito pela bancada, pelas conversas que todos nós tivemos com ele, não deverá ser apresentada nenhuma emenda por qualquer integrante da bancada e do bloco governista”, afirmou.
Apesar da segurança do líder petista, ainda não é possível cantar vitória: Paim saiu da reunião da bancada direto para um encontro com líderes sindicais, que endossam a proposta do senador.
A votação do salário mínimo no Senado deve ocorrer na tarde desta quarta-feira. Se for aprovado sem alterações, o Projeto de Lei seguirá para sanção da presidente Dilma Rousseff.