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Ataque a ônibus é organizado pelo Facebook

Na rede social, grupo decidiu local da ação que deixou um ônibus queimado e quatro depredados; jovens se referiam a policiais militares como "vermes"

Por Da Redação
7 Maio 2013, 09h02

No mundo do crime, aquele que falava demais era chamado pejorativamente de “guela” ou de “cagueta”, defeito considerado imperdoável entre quem circula em um ambiente onde discrição é sinônimo de sobrevivência. Porém, em tempos de Facebook, a lei do silêncio perdeu a força e os criminosos já combinam até incêndios em ônibus pela rede social. Foi o que ocorreu no fim de semana passado, quando cinco ônibus foram incendiados e depredados na madrugada de domingo nas ruas do Jardim Robru, na Zona Leste da capital paulista. Nos debates do Facebook, todas as nuances da história ficaram mais claras.

Um jovem com mais de quinhentos amigos na rede, morador do bairro e apelidado de Robinwood, foi morto por policiais militares na madrugada de sábado, segundo os debatedores. Em seu perfil, ele afirmava trabalhar nas “faculdades criminosas” e era bastante popular na rede. Vaidoso, vestia roupas de marcas caras e era bastante cobiçado pelas mulheres que o seguiam. Mesmo mantendo o estilo de “vida loka” nas redes sociais, combinava em sua página idas à igreja com os amigos. “Já fui ontem. Vamo ae, poow.”

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Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, depois do entrevero com a PM, a agonia do jovem no hospital passou a ser relatada pelos amigos em tempo real durante o sábado. E a revolta veio à tona com a notícia de que Robinwood estava morto. A internet passou a ser a ferramenta para combinar o local dos protestos e da ação, que ocorreram na rua. “Queima buzão… Fogo na Penha… Destrói a Tiradentes… A Nazaré parou”, convoca uma dos amigos do rapaz morto. Um colega responde: “Já fizemos parça (parceiro) o Penha queimado e o Tiradentes destruído”. Até que, finalmente, um jovem com um pouco mais de bom senso chama a conversa para um chat privado.

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O debate passa a se concentrar em críticas à atuação policial no bairro. “A quebrada tá moiada dos malditos. Que Deus nos proteja desses vermes”, diz um deles. Além de jovens que se dizem das “faculdades criminosas”, outro debatedor afirmava abertamente trabalhar como “157” (roubo) na empresa “profissão perigo”.

A mãe de um dos garotos que liderava o movimento se intromete no debate, dando uma bronca nos jovens que falavam mal da polícia. “Filho, eu já te falei. Eles não são malditos. Estão fazendo o trabalho deles. Vocês jovens precisam parar com isso. E pensem que as pessoas procuram às vezes a própria situação por achar que se pode tudo. Gente, nossos jovens estão se matando mais cedo por não escutarem os conselhos dos pais. Eles acham que a gente fala demais. Não é isso. A gente não quer que nossos meninos partam cedo.”

(Com Estadão Conteúdo)

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