Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Assessores de Bolsonaro ainda acreditam em virada de Trump

Conselheiros do presidente dizem que, de zero a dez, a chance de o republicano reverter a derrota nas urnas é...“sete”

Por Thiago Bronzatto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 14 nov 2020, 11h33

Jair Bolsonaro ainda está com dois pés atrás sobre a vitória projetada do candidato democrata Joe Biden à presidência dos Estados Unidos. Na quinta-feira 12, quando tocou no assunto com os seus apoiadores em frente ao Palácio do Alvorada, o presidente, aliado do republicano Donald Trump, ironizou: “Mas já acabaram as eleições?”. Há uma semana, Biden conquistou 279 delegados do Colégio Eleitoral, 60 a mais do que Trump e nove a mais do que o mínimo necessário para assumir a Casa Branca, em Washington. Desde então, o pleito vem sendo questionado nos tribunais, com recontagem de votos. Mesmo assim, na sexta-feira 13, a China reconheceu o resultado das urnas, enquanto o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, afirmou que, “como indivíduo”, também aceitava a escolha do povo americano.

Mas por que, afinal, Bolsonaro permanece relutante em admitir a vitória de Biden, que já contabiliza 306 delegados contra 232 de Trump? No domingo 8, um dia após a aclamação do candidato democrata, o presidente consultou os seus conselheiros para analisar qual deveria ser a sua posição. Integrantes da ala militar recomendaram que fosse divulgada uma nota nas redes sociais, reconhecendo a escolha dos americanos. Os auxiliares da ala ideológica foram contra. A divergência ficou tão acalorada que um ministro chegou a dizer (exageradamente) que, ao não reconhecer o poder do voto, Bolsonaro corria até o risco de sofrer um impeachment. Em meio a esse cabo de guerra, o presidente perguntou para a sua equipe de assuntos internacionais sobre qual era a chance, de zero a dez, do seu aliado republicano reverter a derrota e ser reeleito. A surpreendente resposta foi: “Sete”. Diante disso, Bolsonaro decidiu aguardar – e torcer por uma virada improvável.

Antes da vitória de Biden, os assessores internacionais do presidente chegaram a traçar três cenários diferentes para as eleições americanas. No primeiro, o “mais provável”, Trump seria reeleito com 280 delegados. No segundo, o “menos provável”, Biden ganharia com uma margem estreita de votos. No terceiro, seria travada uma guerra judicial para definir o resultado das urnas. Em reuniões no Palácio do Planalto, Bolsonaro dizia que não tinha um plano B caso o candidato republicano perdesse. Com a disputa judicial pela recontagem dos votos, integrantes da ala radical alimentam a esperança no presidente de que o impasse vá parar na Suprema Corte dos EUA, onde, em 2000, o republicano George W. Bush questionou as apurações e reverteu a sua derrota para o democrata Al Gore nas urnas. Segundo os cálculo dos auxiliares de Bolsonaro, dos nove magistrados, seis votariam a favor de Trump.

Até agora, no entanto, não há qualquer evidência de irregularidades. Na quinta-feira 12, o Conselho de Coordenação Governamental da Infraestrutura de Eleições e os Comitês Executivos de Coordenação da Infraestrutura de Eleições afirmaram que não havia evidências de fraudes no pleito americano. “A eleição de 3 de novembro foi a mais segura da história americana. Neste momento, em todo o país, os funcionários eleitorais estão revisando e verificando todo o processo eleitoral antes de finalizar o resultado”, diz o comunicado. “É difícil provar irregularidades em uma margem de 53 000 votos na Pensilvânia e de 14 000 na Geórgia”, admite um conselheiro de Bolsonaro, citando os dois estados com resultados mais controvertidos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.