- Batalhão da segurança
As eleições municipais de 2020 confirmam uma tendência que já aparecia forte em 2016: a de aspirantes a chefes do Executivo com carreiras na área de segurança. Segundo os últimos dados disponibilizados pelo TSE, dobrou o número de policiais militares, civis e membros das Forças Armadas em comparação a quatro anos atrás. Agora, são 388 candidatos a prefeito, ante 188. A maioria é filiada a partidos de direita ou centro, mas até a esquerda embarcou na onda. Em Salvador, por exemplo, a grande aposta do PT é a major da PM Denice Santiago.
- Chapa religiosa
No pleito deste ano, mais de 3 000 candidatos a prefeito e vereador irão às urnas com o título de “pastor”, número maior que o registrado em 2016 (2 780). Entre os postulantes à prefeitura de capitais figuram nomes com o do Pastor Sargento Isidório (Avante), em Salvador, da pastora Jaidy (DC), em Natal, e do pastor Guaracy Júnior (PSL), em Macapá.
- Turma do garimpo
A exploração ilegal de minérios põe em risco biomas importantes e mancha a imagem internacional do Brasil. Apesar disso, muitos municípios do interior do país dependem economicamente da atividade, e por isso não surpreende o aparecimento de postulantes a prefeito como Manoel Garimpeiro (PMB), em Imperatriz (MA), e Roberto do Garimpo (PTC), em São Simão (GO). No total, mais de trinta candidatos usaram a palavra “garimpo” ou “garimpeiro” no registro oficial.
- Madeireiros nas urnas
Alguns candidatos não temem ficar ligados a um setor cada vez mais impopular por causa dos estragos provocados pela atividade clandestina. Muito pelo contrário. Mais de trinta concorrentes a prefeito acoplaram a palavra “madeireiro” ao registro oficial, a exemplo de Allan da Madeireira (PL), em Sapé (PB).
Publicado em VEJA de 7 de outubro de 2020, edição nº 2707