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As milícias digitais

A militância virtual que vem degradando o debate público brasileiro agora até falsifica conversas de WhatsApp de um ministro

Por Edoardo Ghirotto, Maria Clara Vieira e André Lopes
Atualizado em 12 jul 2019, 14h48 - Publicado em 17 Maio 2019, 07h00

No WhatsApp, falando com um interlocutor não identificado no dia 6 de maio, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, titular da Secretaria de Governo, critica, em termos duros, deselegantes, o seu superior imediato, o presidente Jair Bolsonaro. O militar reclama da divulgação, há duas semanas, de um vídeo antigo no qual ele parecia sugerir a necessidade de censurar as redes sociais. Santos Cruz, como se vê no diálogo reproduzido abaixo, ataca os filhos do presidente e concorda com o interlocutor quando este diz que Bolsonaro é idiota e covarde. Em outro trecho da conversa, concorda também quando o interlocutor escreve que o único jeito é colocar o vice Hamilton Mourão na cadeira presidencial. A reprodução da conversa circulou em redes sociais, embora sem o alcance amplo que, na semana anterior, tiveram os tuítes rábidos com que o ideólogo Olavo de Carvalho, guru da família Bolsonaro, atacou Santos Cruz. O general garante que se trata de uma falsificação. Antes de embarcar com o presidente para a viagem aos Estados Unidos, na terça-feira 14, ele afirmou que a Polícia Federal deveria investigar o caso para chegar ao autor da contrafação.

FOGO AMIGO –  Diálogo falso de Santos Cruz: investigação da PF (WhatsApp/Reprodução)

A fabricação da conversa de um ministro de Estado configura um lance novo e grave na guerra suja promovida, nas redes, por verdadeiras milícias digitais devotadas a atacar qualquer um que seja visto como inimigo do presidente — aí incluídos seus assessores próximos. Essa militância da internet ajudou Bolsonaro a se eleger, batendo o PT em um jogo que o partido derrotado já dominou. Passada a campanha, o núcleo duro do bolsonarismo nas redes manteve acesa a retórica beligerante do palanque quando os tempos já pediam conciliação. O próprio presidente inflama essas redes e parece se deixar inflamar por elas. O resultado é a depauperação crescente do debate público nacional.

A crise que culminou nas mensagens falsas começou no domingo 5, quando milicianos da internet recuperaram uma entrevista concedida por Santos Cruz à rádio Jovem Pan há mais de um mês, na qual o ministro falou justamente sobre os riscos do uso abusivo, pelo governo, das redes sociais: “Tem de usar com muito cuidado, para evitar distorções, e que vire arma nas mãos dos grupos radicais, sejam eles de uma ponta ou de outra. Tem de ser disciplinado, até a legislação tem de ser aprimorada”, disse o general. As hordas bolsonaristas intepretaram essa fala como uma sugestão de censura. Olavo de Carvalho afirmou que Santos Cruz deveria “controlar a sua boca”. Naquele dia, a hashtag #ForaSantosCruz foi usada 34 200 vezes, de acordo com a Bites Consultoria. O ataque, como é costumeiro nesses casos, teve início em recessos obscuros da rede — o tuíte com o vídeo da entrevista partiu de um perfil chamado Lamparina de Diógenes, que em suas postagens se declara cristão e conservador, além de retuitar com frequência mensagens de “olavetes” como o assessor internacional Filipe Martins e o ativista Pedro H. Medeiros. “Tem muito mais no meu arquivo pra bombardear os inimigos na guerra cultural! O do Santos Cruz foi só o tiro de alerta!”, jactou-se o dono do perfil.

ARTICULADOR VIRTUAL –  Carlos Bolsonaro: no comando informal da comunicação do pai na internet (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

A onda de ataques levou o general Santos Cruz — amigo de Bolsonaro há mais de trinta anos — ao Palácio da Alvorada para conversar com o presidente. No encontro, o ministro relatou ser alvo de um ataque orquestrado, com participação do chefe da Secretaria de Comunicação, Fábio Wajngarten, e de assessores ligados a Olavo. A associação dos ataques ao chefe da Secom, muito próximo de Carlos Bolsonaro, tem fundamento: um interlocutor ligado à área conta que, logo nos primeiros dias da gestão Wajngarten, o general negou apoio a um projeto que propunha o financiamento de veículos apoiadores do governo através da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Bolsonaro respondeu que as críticas seriam espontâneas. Irritado com os ataques e a insistência do presidente na versão olavista do caso, Santos Cruz colocou o cargo à disposição. Ouviu do presidente um pedido para que ele não “desertasse”. Permaneceu no cargo. Adiante, Santos Cruz se reuniu com os demais generais do Palácio do Planalto, Villas Boas e Augusto Heleno, para combinar uma estratégia comum contra o ataque das redes. O trio chegou a considerar a hipótese da renúncia, mas descartou a ideia. Os generais sensatamente decidiram não responder mais à virulência de Olavo de Carvalho. Entre funcionários do Planalto, a avaliação é que o presidente se sente dividido entre esses dois partidos em choque no seu governo: Bolsonaro, ao mesmo tempo em que está “apaixonado pelo Olavo”, teme a perda do apoio dos militares. É natural a suspeita de que a conversa de WhatsApp forjada para comprometer Santos Cruz tenha sido mais um caso de “fogo amigo”, vindo de enclaves radicais do próprio bolsonarismo.

OS RAPAZES DAS REDES –  Tercio e Matheus: apoiadores de Facebook alçados ao Palácio do Planalto (Cristiano Mariz/VEJA)

A militância digital está mesmo incrustada no governo. No Palácio do Planalto, dois jovens funcionários gastam o dia trabalhando em celulares e computadores. São assessores especiais que ganham 13 600 reais por mês e gozam da confiança do presidente, a quem respondem diretamente, e também do seu filho do meio, o “pit bull” Carlos, articulador da comunicação presidencial no Twitter. Tercio Arnaud Tomaz, de 31 anos, e José Matheus Salles Gomes, de 26, são hábeis administradores de uma gama de perfis falsos que desferem ataques contra desafetos da família Bolsonaro.

Tercio e Matheus surgiram no núcleo bolsonarista em 2013. À época, Carlos procurava estabelecer contato na internet com pessoas que mantinham perfis de apoio ao pai no Facebook, e chegou a Matheus. Natural de Fortaleza, proveniente de uma família de baixa renda, o jovem era o responsável pelo perfil Bolsonaro Zuero 3.0. Atribui-se a ele o hiperbólico epíteto com que os admiradores chamam o presidente: “mito”. A criatividade na produção de memes rendeu a Matheus até um convite para ser roteirista do programa do humorista Danilo Gentili, mas ele preferiu seguir Carlos Bolsonaro. Trabalhou no gabinete do Zero Dois na Câmara de Vereadores do Rio, administrando perfis on-line.

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Tal como o hoje colega de trabalho, Tercio nasceu em uma família pobre. É natural de Campina Grande, na Paraíba. Ele administrava no Facebook a página Bolsonaro Opressor 2.0. O primeiro contato de Tercio com o político de sua admiração foi intermediado por outro militante das redes, o agora deputado estadual paulista Gil Diniz, conhecido como “Carteiro Reaça”. O paraibano chorou ao receber um telefonema do capitão. Bolsonaro gostou tanto de Tercio que decidiu contratá-lo para o seu gabinete em 2017. Tercio também passou um período no gabinete de Carlos. Esteve junto de Jair Bolsonaro em momentos decisivos da construção da candidatura presidencial — como o primeiro encontro de Bolsonaro com o hoje ministro da Economia, Paulo Guedes. Quando um convidado questionou a equipe presidencial sobre o garoto quieto no canto da sala, ouviu a resposta clássica: “Ele é o rapaz das redes”. Tercio consolidou o estilo de comunicação desleixado que se tornou marca do futuro presidente. São dele as imagens de Bolsonaro cortando o cabelo, sacando dinheiro no banco ou comendo pão com leite condensado numa mesa sem toalha. Hoje, cabe a Tercio operar as lives que o presidente transmite em sua página no Facebook.

Funcionários do Planalto dizem que Tercio e Matheus são tímidos, “quase não abrem a boca”, e “morrem de medo do Carlos”. “Matheus é um cara de pavio curto. Tercio é mais mocorongo. Sempre que tem uma sacanagem para fazer com alguém da esquerda ou um ataque a um adversário, são eles que inventam”, diz um aliado de longa data do clã Bolsonaro.

Há outros milicianos digitais locados em Brasília. É o caso de Guilherme Julian, que — de novo por indicação de Carlos — trabalha como assessor parlamentar no gabinete do deputado carioca Hélio Lopes, conhecido como Hélio Negão. Natural de Fortaleza, Julian participava com Matheus da produção de memes para a página Bolsonaro Zuero. Também no gabinete de Negrão está lotado o assessor José Henrique Cardoso Rocha, outro apadrinhado de Carlos. Julian e Cardoso Rocha administram páginas como Bolsonaro Nordestino 1.0 e Direita Vive 3.0 — esta, com mais de 655 000 seguidores, tomou o lugar do Bolsonaro Zuero. As páginas repercutem vídeos divulgados por Carlos Bolsonaro, criticam a imprensa pela cobertura do relatório do Coaf envolvendo Flávio Bolsonaro e divulgam memes ironizando adversários — e ex-alia­dos: a foto do advogado Gustavo Bebianno e a do deputado federal Julian Lemos (PSL-PB), ambos desafetos de Carlos Bolsonaro, aparecem com a frase “a máscara caiu”. “Eu não conhecia essas páginas, mas, se eles atualizam para defender o presidente, estão de parabéns. Nós somos o espelho do presidente dentro do Congresso”, diz o chefe de gabinete de Hélio Negão, Jackson Balthazar de Arruda.

MALHAÇÃO DE JUDAS –  O vice Hamilton Mourão: o grande “inimigo” nas redes comandadas por Olavo de Carvalho (Fátima Meira/Futura Press/.)

A rede das milícias digitais é ampla: inclui assessores palacianos, sites governistas como o Terça Livre, do olavista Allan dos Santos, youtubers como Nando Moura e Bernardo Küster (também olavistas), o próprio Olavo de Carvalho, a multidão de seguidores mais radicais de Bolsonaro — e robôs, algoritmos da internet que, sobretudo no Twitter (o Facebook é mais difícil de operar), catapultam hashtags e tuítes para torná-los “virais”. Por ser tão vasta, seria de esperar que os interesses e as causas dessa rede se fragmentassem, mas não: há uma notável unidade de ação, sempre pautada pelos grupos olavistas, que ainda seguem fiéis ao presidente mas desprezam a moderação da ala militar (antes de Santos Cruz se tornar a bola da vez, o vice Hamilton Mourão, já qualificado como inimigo do presidente por Olavo, era o Judas dessa malhação virtual). E aí surge um fenômeno absolutamente ímpar: membros dos escalões mais baixos do governo têm o seu dia de fama. Algum brasileiro que não trabalhe na área de comércio exterior saberia nomear o diretor de Negócios da Apex nos recentes governos de Dilma Rousseff e Michel Temer? É claro que não. Mas Leticia Catelani, empresária olavista que já ocupou o cargo, parece ser mais popular que Bruna Marquezine no Twitter. Amiga muito próxima do chanceler Ernesto Araújo, ela foi demitida neste mês pelo novo diretor da Apex, o almirante Sergio Segóvia. As hordas tuiteiras protestaram: a hashtag #SomosTodosLeticia foi repetida 9,2 trilhões de vezes, segundo indicou o aplicativo do Twitter em 7 de maio.

SUPLENTE VETADA –  Ilona Szabó: nomeação atacada pela guerrilha virtual (Leo Pinheiro/Valor/Agência O Globo)

Não se chega a esse número astronômico sem o uso de robôs. A criação de perfis automatizados que multiplicam a propagação de tuítes não exige grande conhecimento técnico — embora, do lado de quem investiga essas falsificações virtuais, não seja tão fácil identificar os criadores de bots. VEJA conseguiu documentar o uso de robôs em pelo menos quatro casos. Em 13 de fevereiro, no meio da crise que levou à demissão do secretário-geral da Presidência da República Gustavo Bebianno, os robôs “levantaram” o tuíte de Carlos Bolsonaro que tratava da troca de áudios de WhatsApp entre o presidente e o assessor que estava sendo fritado. Cerca de 500 perfis, que até então nunca haviam feito uma publicação no Twitter, se dividiram entre curtidas e retuítes três segundos após a publicação de Carlos ter sido feita. Em uma situação normal, um tuíte leva até dez segundos para aparecer na tela de um usuário. O rápido engajamento demonstra que os robôs são programados para reagir de imediato às postagens do Zero Dois. Em 27 de fevereiro, quando a cientista política Ilona Szabó de Carvalho, crítica do armamentismo, foi indicada pelo ministro Sergio Moro para uma vaga de suplente no Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, a hashtag #IlonaNão viralizou graças aos robôs. Com o uso de um algoritmo criado a partir do programa Botometer, desenvolvido pela Universidade de Indiana, foi possível determinar que 22% das interações com o tópico eram automatizadas. A atuação de robôs sobre outros temas populares no mesmo dia chegou a meros 3%. Em 9 de março, um post de Olavo de Carvalho acusou o principal assessor do então ministro da Educação, Ricardo Vélez, o coronel Ricardo Wagner Roquetti, de ser “o inspirador militar do movimento desolavizante no MEC”, e a hashtag #ForaRoquetti chegou a ficar entre as mais populares, com 60 000 menções até o dia 14. Analisando-se as interações do tópico pelo software Trendsmap, que aponta a localização de tuítes em todo o planeta, foi possível constatar que milhares de interações tinham como origem países da Ásia e do Leste Europeu, onde não há grande interesse pelo segundo em comando em um ministério brasileiro. No domingo 10, o site governista Terça Livre (que também foi muito ativo na campanha contra Roquetti), distorcendo o conteúdo de uma gravação da jornalista Constança Rezende, do jornal O Estado de S. Paulo, afirmou que ela trabalhava para conseguir o impeachment de Bolsonaro. O tuíte que divulgava essa fake news foi flagrado em 77 contas sinalizadas pela reportagem de VEJA como bots. Sites e canais bolsonaristas que repercutiram o assunto — entre eles, Bernardo Küster, Roger Moreira e Renova Mídia — também foram anabolizados por esses perfis. Nove dias depois, cinquenta dessas contas já não eram encontradas. Suspeita-se que tenham sido desativadas ou tenham trocado o nome de usuário.

O ANTIOLAVISTA –  Roquetti: derrubado do MEC com a ajuda de robôs do Twitter (//.)

Até o momento, o governo Bolsonaro não aderiu à prática dos governos petistas de pagar por publicidade a sites que apoiam suas políticas (quando assumiu a Presidência depois do impeachment, em 2016, Michel Temer suspendeu contratos de publicidade de estatais e órgãos do governo no valor de 11 milhões de reais). Um frequentador dos círculos olavistas conta que Allan dos Santos, do Terça Livre, segue fielmente um conselho que teria ouvido do próprio Olavo: “Peça dinheiro aos pobres, porque eles darão”. O Terça Livre diz manter-se graças a 537 assinantes, o que gera uma renda de 13 000 reais por mês. Em tudo o mais que diz respeito à comunicação on-line, porém, o bolsonarismo aprofundou os piores vícios das redes do lulopetismo: a propagação de fake news, a difamação de adversários, o rebaixamento da retórica política. Barulhentas e vulgares, as milícias digitais não conhecem moderação: estão alinhadas com os setores mais radicais do governo. “O domínio da rede é da direita e da extrema direita. O centro tem pouquíssima participação no debate da rede”, diz o sociólogo Marco Aurelio Ruediger, da FGV. “Esse é o calcanhar de aquiles do centro, que ainda tem uma capacidade de articulação enorme no Congresso.”

GOVERNISTA RADICAL – Santos, do Terça Livre: fã de Olavo de Carvalho (Elza Fiuza/Agência Brasil)
CELEBRIDADE – Leticia Catelani: hashtag com compartilhamento astronômico (/)

A tomada das redes pelo populismo de direita não é particularidade brasileira. A compulsão pelo tuíte é parte do estilo de Donald Trump na Presidência. Hostil à imprensa, sempre acusada de propagar fake news, o presidente americano parece ter tido sucesso com essa estratégia — pelo menos para manter a fidelidade de suas bases eleitorais. Uma pesquisa da CBS News realizada no ano passado mostra que 91% do núcleo duro de apoiadores de Trump demonstra confiança nas informações do presidente, e só 11% acreditam na imprensa. Nas recentes eleições espanholas, o Facebook tirou do ar, por propagar falsidades, páginas do partido de extrema direita Vox e contas de WhatsApp do partido radical esquerdista Podemos — mas só o fez tardiamente, depois do pleito. Ainda segue viva a discussão sobre o papel da desinformação on-line no plebiscito em que os britânicos votaram pela saída da União Europeia — e o Brexit até hoje paralisa o acidentado governo de Theresa May. A utopia de tantos pioneiros da internet no século XX, que sonhavam com uma rede mundial de colaboração solidária e divulgação do conhecimento, esvaneceu-se rapidamente no século XXI. Sempre enredado em factoides e barracos — golden shower, brigas insufladas pelo guru da Virgínia —, o governo Bolsonaro parece uma encarnação extrema da depauperação que o discurso político sofre quando submetido à duvidosa “democracia direta” das redes sociais. Mas o peso dessas redes no jogo político já é um fato incontornável. O que faz falta é a organização das forças mais moderadas e racionais para tomarem o lugar que os extremistas conquistaram tão facilmente. Diz Ruediger: “Os outros campos políticos têm de entender a internet como parte do jogo e ocupar esse espaço, não de forma torpe, mas como instrumento de suas pautas. É preciso disputar o espaço”.

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Com reportagem de Nonato Viegas

 

Publicado em VEJA de 22 de maio de 2019, edição nº 2635

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