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Alunas denunciam assédio de professores em escolas do grupo Pensi

Estudantes relatam casos recorrentes em rede de colégios de Jorge Paulo Lemann, no Rio de Janeiro

Por Fernanda Thedim
Atualizado em 22 ago 2018, 16h11 - Publicado em 21 ago 2018, 22h41

As escolas do grupo de ensino Pensi, baseadas no Rio de Janeiro, costumam ter desempenho acima da média: há sete anos são campeãs em aprovação no Instituto Militar de Engenharia, o IME, e só em 2017 emplacaram 600 alunos nas disputadas universidades públicas. Neste momento, porém, não é a boa performance acadêmica que está chamando atenção para a rede de colégios, mas um motivo incômodo, bem incômodo.

Desde a última quinta-feira 15, alunas de diversas unidades da instituição usaram a hashtag #AssedioÉHábitoNoPensi para relatar e denunciar casos de assédio sexual cometidos por inspetores, professores e diretores. Com 45.000 citações na tarde da última sexta-feira 16, a hashtag foi parar no primeiro lugar entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil. O movimento ganhou a adesão de figuras populares na rede como a youtuber Kéfera e o escritor Pablo Villaça, e motivou uma série de protestos nas escolas do grupo nesta segunda-feira 20.

‘Veio com esse decote pra quê?’

Entre os casos, está o de uma ex-aluna da unidade do Recreio, na Zona Oeste carioca, que divulgou mensagem recebida por um professor da instituição, depois de ela publicar uma foto de biquíni em uma de suas redes sociais: “Gatinha, agora consigo ver como o uniforme é feio”, escreveu o professor. Os casos envolvem professores de diferentes unidades e disciplinas. “A gente tinha um professor de Matemática que dava em cima de várias alunas. Ele fazia comentários como: ‘Chora em toda aula minha, você fica linda chorando’, ‘Veio com esse decote pra quê, quer impressionar quem?’. Teve uma vez que uma menina falou que estava com dor no peito e ele respondeu: ‘Quer que eu chupe?’.”, recorda uma estudante de 18 anos que frequentou a unidade de Madureira.

Direção apura internamente

Muitas alunas contam que relataram os episódios à direção da escola, sem que medida alguma fosse tomada pelos responsáveis. Em nota divulgada nesta terça-feira 21, a direção do grupo afirmou: “A rede Pensi repudia qualquer tipo de assédio e discriminação. Essa é uma questão relevante, tratada com colaboradores, alunos e responsáveis, prezando pela integridade física, psicológica e moral. A instituição informa que está apurando internamente as denúncias e que ações firmes estão sendo tomadas”. Foi criado, por exemplo, um canal na internet para relatos de assédio e discriminação, a cargo de uma empresa externa especializada em receber denúncias anônimas.

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Com 21 unidades no estado do Rio, três delas em cidades da região serrana, o Pensi nasceu há mais de três décadas como um cursinho preparatório na Tijuca, voltado aos alunos que queriam ingressar no IME e no Instituto Tecnológico de Aeronáutica, o ITA. Hoje, tem turmas do ensino infantil ao médio e faz parte da plataforma Eleva Educação, que tem como principal investidor Jorge Paulo Lemann, atualmente o homem mais rico do Brasil, dono de uma fortuna de 30 bilhões de dólares.

(Reprodução/Twitter)
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