Adolescente se entrega e isenta menor detido por morte de ciclista
Na semana passada, polícia deu o caso como encerrado e apontou dois menores já apreendidos como responsáveis pelo crime na Lagoa
Uma reviravolta no caso do assassinato do médico Jaime Gold, esfaqueado no último dia 19 de maio, na Lagoa, colocou a investigação da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro em xeque. Na madrugada de hoje, um terceiro adolescente se entregou à polícia e confessou ter participado do ataque juntamente com um outro menor, de 15 anos, que na última sexta-feira também havia se apresentado e confessado. O problema é que o menor que se entregou hoje afirma que o primeiro menor detido – e apresentado pela DH como o assassino do médico, em menos de 24 horas – não teve qualquer participação no caso.
Desde o início o primeiro menor apreendido – que já havia sido detido 13 vezes por assaltos, vários deles com faca – se dizia inocente. O advogado que o representa, Alberto de Oliveira Júnior, declarou que o rapaz estava em caso no momento do crime. Os delegados Rivaldo Barbosa e Patricia Aguiar, no entanto, mantiveram a convicção e, após a apreensão do segundo menor, deram o caso como encerrado.
Nesta terça-feira, o terceiro menor se apresentou na 25aDP (Engenho Novo) e foi levado para o Fórum de Olaria, na Zona Leopoldina, onde foi apresentado ao Ministério Público.
A investigação da DH baseou-se em dois elementos principais. Um deles, o funcionário de um posto de gasolina próximo ao local do crime. A polêmica, então, começou nas redes sociais. A inspetora Marina Maggessi, ex-deputado federal, fez um post na sua conta do Facebook dizendo achar estranho que o menor apreendido não confessasse e levantou a suspeita de ele ser ‘bucha’, no jargão policial alguém colocado como culpado para que o caso seja solucionado. Monique Vidal, delegada da 14aDP (Leblon) fez um comentário endossando a suspeita, e ainda informou que na noite do crime, o mesmo funcionário do posto afirmada em sua delegacia que não teria condição de reconhecer ninguém. No dia seguinte, foi ele quem reconheceu H. A.S. e levou a polícia a apreendê-lo.
O site de VEJA tentou falar com os delegados responsáveis pelo caso, que entraram de férias.