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Por Duda Monteiro de Barros
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Quem é o gari cujo desabafo foi visto por 13 milhões

Após sofrer tentativa de furto durante expediente, ele gravou um vídeo de protesto e viralizou

Por André Siqueira
Atualizado em 1 fev 2018, 21h59 - Publicado em 1 fev 2018, 20h38

Nos últimos dias, um gari no Rio de Janeiro ganhou a internet após sofrer uma tentativa de furto em Copacabana e compartilhar um vídeo de desabafo no Facebook. Em poucos dias, a publicação foi vista mais de 13 milhões de vezes e tem mais de 500 mil compartilhamentos. “Estava trabalhando aqui, na esquina desse prédio, que é a Princesa Isabel, e quando eu estava varrendo, coloquei minha bolsa no contêiner. Passaram dois moleques por mim e tentaram pegar a minha bolsa”, diz no começo da gravação que viralizou.

“Eu não consigo entender qual é a de vocês. Você quer dinheiro? Trabalha! Você acha que eu queria estar aqui no sol de 35ºC que está fazendo hoje?”, protesta o rapaz no vídeo. “Ah, mas o sistema não ajuda! Isso não é desculpa! Eu queria comprar um telefone, o que eu fiz? Eu queria uma roupa maneira, o que eu fiz? Fui trabalhar, mano. Quando você rouba um ônibus 22h, está roubando um pessoal correria que está na mesma dificuldade que você”, desabafa.

O autor do viral é João José Luiz Junior, carioca de 28 anos morador de Brás Pina, na zona norte do Rio. João, mais conhecido como Jota Jr., trabalha como gari desde 2014, mas também tem uma carreira no mundo do hip hop. Jota, que foi backing vocal da rapper Nega Gizza, tem um álbum e já lançou cinco clipes. Ele começou a fazer sucesso na internet quando foi transferido para a praia de Copacabana, há cerca de dois meses, e começou a publicar vídeos sobre tudo o que vê de errado durante o expediente.

Em entrevista ao #VirouViral, Jota conta que não conseguiu ficar parado após a situação de quase furto. ”Fui até um lugar onde geralmente esses jovens se reúnem e dei uma bronca neles. Nenhum busca algo digno pra fazer. Eles se acomodam, se rendem ao caminho mais fácil e culpam o sistema”, diz.

Jota, que faz rap e se envolve com manifestações culturais há dez anos, diz ter ficado feliz com o êxito de seus protestos nas redes sociais. ”Sempre acreditei que nasci com a missão de construir um legado. Se vai ser na música ou como sensibilizador, é indiferente”, diz ao blog. “Com toda essa repercussão, vejo que tem valido a pena. Realização é a palavra”, comenta.

Segundo o carioca, a arte lhe rendeu um conflito familiar. ”Fui criado como Testemunha de Jeová e não era bem visto por me envolver com coisas tidas como mundanas”, relata. Aos 9 anos, Jota começou a fazer versões de músicas que gostava e, ao lado de seu primo, imitava a dupla Claudinho e Bochecha; dez anos mais tarde, entrou para a banda de Nega Gizza.

”Na zona sul, o lazer está presente na vida dos jovens desde o momento em que se pode sair de casa. Nas favelas, temos hora pra entrar em casa, porque é perigoso”, critica o gari e rapper. Para ele, o despreparo das autoridades é um dos fatores que propiciam este cenário. ”A polícia é totalmente despreparada, o tráfico recruta cada dia mais soldados e a marginalidade vai dominando a cidade. É um total caos”, analisa.

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