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Por Duda Monteiro de Barros
Como surgem e se espalham os assuntos mais comentados da internet
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É válido debater na internet? Entenda a questão do #SomosTodosFatimaBernardes

Nos últimos dias, tomou conta da internet a discussão sobre a pergunta proposta no programa televisivo Encontro com Fátima Bernardes, da Globo: “Quem salvar primeiro: traficante em estado grave ou policial levemente ferido?”. A maioria dos participantes escolheu a primeira opção. Não demorou para pipocarem diferentes opiniões nas redes sociais. No Twitter, a hashtag #SomosTodosFátimaBernardes foi […]

Por Luiza Donatelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 21h15 - Publicado em 25 nov 2016, 18h41

Nos últimos dias, tomou conta da internet a discussão sobre a pergunta proposta no programa televisivo Encontro com Fátima Bernardes, da Globo: “Quem salvar primeiro: traficante em estado grave ou policial levemente ferido?”. A maioria dos participantes escolheu a primeira opção. Não demorou para pipocarem diferentes opiniões nas redes sociais.

No Twitter, a hashtag #SomosTodosFátimaBernardes foi usada para debater o assunto:

O assunto rendeu até um post na página oficial de Segurança Pública do Espírito Santo, criticando a apresentadora:
https://www.facebook.com/plugins/video.php?href=https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2Fsegurancapublicaes%2Fvideos%2F1168338429920428%2F&show_text=0&width=560

Por outro lado, internautas defenderam salvar o traficante por uma questão de ética médica:

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Mas, afinal, o debate na internet sobre questões éticas é válido? Para responder a essa pergunta, o #VirouViral conversou com o mestre em filosofia pela Universidade de Cambridge Jézio Gutierre, analista conhecido de assuntos tecnológicos: “Se a pessoa encarar a discussão de uma maneira crítica, que lhe suscite reflexão, opinar em si não é ruim. O problema do debate na internet, porém, é o da ‘responsabilidade’, já que as pessoas não sentem que podem ser punidas quando se expressam e, então, falam coisas impensadas que muitas vezes machucam os outros”. Isso quando os comentários não são criminosos, a exemplo dos que fomentam racismo ou o ódio a religiões específicas.

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Sobre a questão de Fátima Bernardes, o filósofo pontua que a formulação da pergunta não foi ideal: “Deveria ser algo do tipo ‘Você salvaria um policial com baixo risco de morte em lugar de um traficante com alto risco de morte?’ Se você está falando de um sujeito que não corre risco real, ele está sendo salvo de quê, na prática?”.

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O especialista lembra que a intenção do dilema proposto no programa lembra a peça de teatro, de George Bernard Shaw, “O Dilema do Médico”. Na história, um médico deve escolher entre salvar um pintor muito talentoso, porém de péssimo caráter, ou um médico medíocre, mas com ótimas virtudes. Para complicar a situação, o profissional com o poder de decisão apaixona-se pela mulher do pintor. Ao final, ele optou por condenar o artista.

A escolha, nesses dilemas, está relacionada aos valores individuais, explica Gutierre: “O questionamento da peça é parecido com o que foi proposto pela Fátima Bernardes: salvar alguém que é mais virtuoso e tem pouco risco de morte ou o outro que não é bacana, mas está em estado grave? Se você não valoriza tanto a vida, provavelmente levará em consideração a questão da virtude. Contudo, se for do tipo que tem como prioridade a preservação da vida, como valor fundamental, aposto que privilegiará o segundo indivíduo”.

O importante: é preciso lembrar que debates devem ser pacíficos. Independentemente se num ambiente real, ou num online. O que é prejudicial, sempre, é cair para a agressão e para o ódio quando simplesmente não se concorda com uma opinião alheia. Isso, além de antidemocrático, é improdutivo.

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