Ousado e experimental, Tunga fecha o ano da sexualidade no Masp
Até março de 2018, cerca de cem obras do artista pernambucano, morto em 2016, compõem a seleção, voltada ao erotismo
Morto em 2016 aos 64 anos, o artista pernambucano Antônio José de Barros Carvalho e Mello Mourão, o Tunga, será homenageado no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), a partir de 14 de dezembro. A mostra Tunga: o Corpo em Obras encerra o ano que a instituição dedicou à sexualidade, com individuais de Teresinha Soares, Wanda Pimentel, Tracey Moffatt, Miguel Rio Branco e Toulouse-Lautrec, a reunião do grupo Guerrilla Girls e a coletiva, Histórias da Sexualidade, esta última ainda em cartaz.
A seleção traz uma centena de trabalhos, entre desenhos, objetos e instalações, todos voltados ao erotismo. Destacam-se Vê-nus (1976), na qual, além da borracha e da corrente de ferro, joga com a sombra da própria peça; Tacape (décadas de 1980 e 1990), de uma série composta por ímãs agrupados; e a série Morfológicas (2014), esculturas de diferentes materiais e tamanhos, com as quais brincou com a forma. Boa parte das artes apresentadas nunca foram expostas.
Do uso de técnicas e materiais inusitados – como lâmpadas, fios elétricos e até ossadas de verdade – ao diálogo com o teatro, a literatura, a psicanálise e a ciência, as obras são ousadas e carregadas de simbolismo. Filho do também escultor Gerardo de Mello Mourão, o artista mergulhou no Modernismo desde cedo e, a partir do início dos anos 1980, chamou atenção também no exterior. Além de ser o primeiro brasileiro a expor no Museu do Louvre, em Paris (em 2005), ele ganhou individuais no Museu de Arte Moderna (MoMA), de Nova York (em 2007), e no Museu de Arte Contemporânea, em Chicago, entre outros.
Tunga: o Corpo em Obras fica em cartaz até 11 de março de 2018 e pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 10h às 18h; às quintas, o museu fecha às 20h. O Masp fina na Avenida Paulista, 1578. Ingressos de 15 reais (estudantes e maiores de 60 anos) e 30 reais. Grátis às terças-feiras.